A Catalunha ordenou neste domingo (12) o retorno ao confinamento de 200.000 pessoas por um novo surto do coronavírus, a primeira medida desse tipo desde que as regras de isolamento para o combate à COVID-19 tinham sido anuladas.
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Governo de Trump aumenta pressão para a reabertura de escolasÁfrica do Sul volta a impor toque de recolher por recidiva do coronavírusNovo coronavírus matou mais de 566 mil pessoas no mundo"A população deve permanecer em casa", anunciou a chefe regional de Saúde, Alba Vergés, em entrevista coletiva.
Há uma semana, a região afetada já havia sido isolada do resto da Catalunha, depois que quase todos os hospitais estavam a beira de um colapso.
Como aconteceu durante o confinamento rigoroso imposto em meados de março, as pessoas que vivem na região só poderão sair de casa para trabalhar, ir ao médico ou comprar comida.
Também estão proibidas reuniões de mais de dez pessoas.
Depois da Espanha - um dos países da Europa mais afetados pela pandemia com mais de 28.400 mortes - registrar uma queda drástica no número de casos e mortes, agora há várias recidivas.
A região de Lérida é uma das mais preocupantes.
Segundo as autoridades, o foco da contaminação está relacionado aos trabalhadores temporários da agricultura que trabalham na coleta de frutas.
Máscara obrigatória
O isolamento dessa área, decretado no último final de semana, permitiu "diminuir a taxa de contágio", ou seja, o número de pessoas que uma pessoa portadora do vírus contamina, explicou Vergés.
Mas o número de casos novos continua a crescer, e os casos positivos já representam 35% do total de testes realizados, algo "bem acima do resto da Catalunha", onde essa taxa varia entre 5% e 9%, destacou a autoridade da Saúde.
Nos arredores de Barcelona, a cidade de Hospitalet de Llobregat também registrou um aumento no número de casos, que passou de 31 para 107 em uma semana, segundo o prefeito.
Existem também outros focos na região da Galícia (noroeste), onde 70.000 pessoas não podem sair de uma área isolada, assim como na cidade de Ordizia, no País Basco.
Nessas duas regiões, foram realizadas eleições regionais neste domingo, as primeiras desde o início da pandemia, com medidas reforçadas de higiene e segurança.
Os eleitores diagnosticados com a COVID-19 foram proibidos de participar, no total 420 pessoas de um total de 4,5 milhões de eleitores convocados, de acordo com autoridades locais.
Usando máscaras, os eleitores apresentaram seu documento de identidade remotamente, ao invés de entregá-lo na seção aos mesários, que usavam luvas, segundo imagens exibidas pela TV pública espanhola.
Nesse contexto de pandemia, várias regiões decidiram reforçar o uso obrigatório de máscaras.
Em toda a Espanha, já é obrigatório usar a indumentária em espaços públicos fechados ou em vias públicas, caso a distância de um metro e meio não possa ser mantida entre duas pessoas.
No entanto, a Catalunha decidiu na última quinta-feira incentivar o uso da máscaras todo o tempo, mesmo quando é possível respeitar a distância de segurança entre duas pessoas, e durante a prática de esportes.
O arquipélago das Baleares também reforçará o uso de máscaras a partir da próxima segunda-feira, e outras regiões como Andaluzia (sul) e Aragão (norte) planejam fazer o mesmo.