O argentino Luis Esteban Kyburg, objeto de um mandado de prisão internacional emitido por Buenos Aires, onde é acusado de crimes contra a humanidade durante a ditadura militar, foi localizado em Berlim, onde vive desde 2012 - informou o jornal "Bild" nesta sexta-feira (17).
Segundo esta publicação, as autoridades alemãs recusariam a extradição deste ex-membro da Marinha, que também possui passaporte alemão.
Procurada pela AFP, a Promotoria de Berlim não quis comentar a informação.
Sobre Kyburg, hoje com 72 anos, pesam mandados de captura nacionais e internacionais desde 2012 e, em março de 2015, a Justiça argentina emitiu um pedido de extradição para a Alemanha, de acordo com o "Bild".
Mas "as autoridades alemãs rejeitaram esse pedido com base em uma prática, segundo a qual eles não extraditam seus cidadãos para países terceiros", completou o jornal.
Durante a ditadura, Kyburg foi o segundo comandante do chamado "Grupo de Mergulhadores Táticos", uma unidade especial da Marinha Argentina. Ele participou dos esquadrões da morte, que executaram oponentes e críticos do regime argentino.
Kyburg respondeu ao "Bild", dizendo: "Eu espero aqui. Um tribunal na Alemanha, não na Argentina. Eu espero. Inocente. Tranquilo".
A ONG ECCHR de Berlim considerou que a Alemanha não "deveria ser um lugar seguro para os criminosos da ditadura argentina" e pediu à Promotoria alemã que inicie um processo de extradição contra Kyburg.