O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu, nesta quinta-feira (23) no Parlamento Europeu, o acordo alcançado pelos países-membros sobre um plano de recuperação econômica pós-coronavírus e um orçamento comum para os próximos sete anos, chamando-o de um sinal de "confiança e solidez".
Também falando para os eurodeputados, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estimou que os cortes no orçamento comunitário que permitem este acordo serão "um remédio difícil de engolir".
"Comecei dizendo que o acordo do Conselho Europeu era uma luz no fim do túnel. Mas com a luz também vêm as sombras. E, neste caso, a sombra é um parco orçamento da UE no longo prazo", disse Von der Leyen.
"Esse orçamento será um remédio difícil de engolir. E eu sei que essa assembleia sente a mesma coisa", completou.
"Mas temos que ter um pouco de perspectiva e ver de onde viemos", acrescentou ela, destacando que, com o plano de reativação e com o orçamento (2021-2027), a UE tem agora "uma força financeira sem precedentes" de 1,8 trilhão de euros (pouco mais de 2 trilhões de dólares).
Na Eurocâmara, Charles Michel celebrou o acordo, alcançado após quatro dias e suas respectivas noites de negociações em Bruxelas, o qual permitirá aos europeus "renovar seus votos de casamento por 30 anos".
"A unidade europeia foi afirmada. A Europa está presente, a Europa está de pé", disse Michel.
Após um debate, o Parlamento Europeu votará nesta quinta-feira uma resolução sobre este acordo de 27. Nos próximos meses, decidirá sobre o orçamento da UE de 1,074 trilhão de euros (1,229 trilhão de dólares), o qual pode aprovar, ou rejeitar.
A Casa não tem, porém, o poder de rejeitar o plano pós-coronavírus aprovado pelo bloco. Este plano prevê um fundo de 750 bilhões de euros (840 bilhões de dólares), com base na mutualização da dívida.