Jornal Estado de Minas

Máscaras ou armas: Coreias recordam separadamente o armistício

No norte, o líder Kim Jong Un, cercado por generais brandindo suas pistolas, no sul, veteranos usando máscaras e respeitando o distanciamento social: as duas Coreias comemoraram separadamente, nesta segunda-feira (27), os 67 anos do armistício na península.





Em 1953, o cessar-fogo marcou o início da separação entre os dois países e a de milhões de famílias dos dois lados da Zona Desmilitarizada.

Na capital da Coreia do Norte, Pyongyang, Kim Jong Un distribuiu pistolas comemorativas a dezenas de generais e oficiais que juraram lealdade a ele, segundo informou a imprensa estatal.

Nas imagens divulgadas, os oficiais aparecem sem máscara, apesar do registro, no último fim de semana, do primeiro caso de COVID-19 na Coreia do Norte.

Há meses, o país, um dos mais fechados do mundo, assegurava que conseguira escapar da pandemia.

Em Seul, capital da Coreia do Sul, dezenas de veteranos, usando máscaras e mantendo o distanciamento social, participaram de uma cerimônia em homenagem a seus esforços, intitulada "Dias de Glória".

Uma tela projetou reconstituições do conflito, intercaladas com entrevistas com veteranos estrangeiros e mensagens de apoio dos atuais chefes de Estado que apoiaram o Sul durante o conflito, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da França, Emmanuel Macron.





Desencadeada em 25 de junho de 1950, quando o Norte, comunista, invadiu o Sul, apoiado pelos Estados Unidos, a guerra fez milhões de mortos.

O avô de Kim Jong Un e líder norte-coreano da época, Kim Il Sung, desejava reunificar à força a península dividida pela União Soviética e pelos Estados Unidos no final da Segunda Guerra Mundial.

As forças do Norte eram apoiadas pela China e pela URSS contra as forças do Sul e uma coalizão da ONU liderada pelos Estados Unidos.

O cessar-fogo foi proclamado em 27 de julho de 1953, mas nunca foi seguido por um verdadeiro tratado de paz.

Em Pyongyang, a Guerra da Coreia, também conhecida como "Guerra Gloriosa pela Libertação da Pátria", é vista como uma vitória.

Desde então, a Coreia do Norte montou um arsenal nuclear, necessário, segundo justifica, para dissuadir uma invasão americana, mas que levou a uma onda de sanções internacionais.