Um homem de 36 anos, preso por tentar lançar um coquetel molotov contra o Parlamento belga, disse que agiu em "represália pela má gestão da crise de saúde" - informou o Ministério Público de Bruxelas, nesta terça-feira (28).
Atraída por seu "comportamento suspeito", uma patrulha policial o deteve quando se preparava para lançar o dispositivo caseiro contra o edifício na segunda-feira, por volta das 13h30 locais (8h30 no horário de Brasília), relatou o MP.
O porta-voz do Ministério Público, Denis Goeman, destacou em coletiva de imprensa que os danos na rua foram mínimos e que não houve feridos.
Apesar de os documentos encontrados em seu veículo e em sua casa "sugerirem" que o suspeito "possa ter convicções extremistas", o homem da província de Limburgo (nordeste) não parece ter agido com uma "convicção política determinada".
"O conteúdo dos documentos pode sugerir que a pessoa tem ideias extremistas. De qualquer modo, não houve uma reivindicação de um partido, ou ideologia, de extrema direita, ou de extrema esquerda", afirmou Goeman.
Segundo o porta-voz, o detido "explicou durante o interrogatório que sua motivação foi que a classe política administrou mal a crise de saúde" vinculada à pandemia do coronavírus.
Um juiz de instrução assumiu o caso, disse Goeman. Embora o detido não tenha antecedentes criminais "no sentido estrito", já era conhecido da Justiça, acrescentou.
A Bélgica registrou 9.822 mortes em 66.428 casos de COVID-19 desde o início da pandemia, tornando-se um dos países com maior incidência, com 85 mortes a cada 100.000 habitantes.
Diante de um aumento "preocupante" de casos nos últimos dias, o governo belga decidiu na segunda-feira endurecer as medidas para conter a pandemia.