O consulado venezuelano em Bogotá, desativado desde fevereiro do último ano, está em ruínas depois de ser roubado por meses. Em resposta, o governo Nicolás Maduro chegou a ameaçar com "ações diplomáticas recíprocas" diante dessa "agressão inaceitável".
Situada no norte da capital colombiana, a embaixada inativa não possui vigilância policial, e dentro dela podem ser vistos inúmeros objetos destruídos, segundo jornalistas da AFP informaram, nesta terça-feira (28).
Lá estão móveis danificados, vidros quebrados e estruturas machadas por fogo, além das fotos emolduradas, de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, caídas no chão.
Na última segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, divulgou um vídeo com imagens do local, sem especificar quando foram tiradas.
"Denunciamos que a sede do consulado venezuelano em Bogotá foi completamente vandalizada e saqueada. As autoridades colombianas a deixaram sem proteção, violando as convenções de Viena sobre as relações diplomáticas e consulares", escreveu o ministro nas redes sociais.
Desde que o presidente Iván Duque chegou ao poder, em agosto de 2018, a Colômbia não reconhece o governo do presidente Nicolás Maduro, com quem formalmente o país rompeu relações em fevereiro de 2019.
Duque acompanha a ofensiva dos Estados Unidos, que pretende que Maduro deixe a presidência, a quem eles acusam ter sido reeleito de forma fraudulenta, ao mesmo tempo em que milhões de venezuelanos atingidos por uma grave crise econômica deixaram o país.
Em um comunicado, o governo Maduro disse que "reserva ações diplomáticas recíprocas se houver espaço para compensar esse ataque inaceitável às instalações da missão venezuelana".
Embora Arreaza tenha alertado sobre o assunto recentemente, os moradores do consulado disseram que os roubos começaram há muito tempo, mas que a deterioração do local se tornou mais evidente a partir de março, com a chegada da pandemia.
"Vimos as barras, caixilhos das janelas e portas sendo retiradas. Eles praticamente têm a roubado aos poucos ao longo deste ano", explicou Marta Segura, uma engenheira de sistemas, de 50 anos, com 30 na vizinhança onde está localizada a sede da Venezuela.
No momento, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia se recusou a comentar o que Arreaza disse, mas observou que "a polícia não reportou atos recentes de vandalismo no consulado", disse uma fonte à AFP.
A Colômbia estima que pouco menos de 1,8 milhão de venezuelanos estejam em seu território. Após a crise desencadeada pela pandemia, cerca de 81.000 deles retornaram ao seu país.