Jornal Estado de Minas

Zuckerberg deve pedir que os EUA atualizem 'regras para a Internet'

O chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, vai contar em uma grande audiência antimonopólio na quarta-feira (29) que sua rede social não teria sucesso sem as leis americanas que regulam a concorrência, mas também deve pedir que as regras da Internet sejam atualizadas.





"O Facebook é uma empresa orgulhosamente americana", destaca Zuckerberg em um discurso preparado antecipadamente para o encontro com o Comitê Judicial da Câmara.

"Nossa história não seria possível sem as leis americanas que incentivam a concorrência e a inovação", acrescenta.

Zuckerberg também reconhece "preocupações sobre o tamanho e o poder das empresas de tecnologia".

"É por isso que pedi um papel mais ativo para governos e reguladores além de regras atualizadas para a Internet", continua.

A audiência sem precedentes também contará com os dirigentes Tim Cook, da Apple, Jeff Bezos, da Amazon, e Sundar Pichai, do Google e de sua controladora, Alphabet.

Os CEOs de quatro das empresas mais poderosas do mundo vão testemunhar remotamente a menos de 100 dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, deve descrever a gigante do comércio eletrônico como um "sucesso" dos EUA, apesar de reconhecer que sua empresa deve ser "avaliada", afirmou em uma rede social.





Em uma mensagem mais desafiadora, Bezos postou: "quando você se olha no espelho, avalia as críticas e ainda acredita que está fazendo a coisa certa, nenhuma força no mundo poderá detê-lo".

O debate ocorre em meio a preocupações crescentes com o domínio das gigantes de tecnologia, ainda mais evidente durante a pandemia de coronavírus.

"Por fim, acredito que as empresas não deveriam fazer tantos julgamentos sobre questões importantes, como conteúdo nocivo, privacidade e integridade das eleições por conta própria", destacou.

- Grande vs má -

A expectativa é de que o debate extrapole o tema do abuso de poder nos mercados.

As atuais leis antimonopólio dos EUA dificultam maiores restrições à empresas simplesmente por serem grandes ou dominantes, sem danos aos consumidores ou abuso de poder de mercado.

"Acreditamos nos valores - democracia, competição, inclusão e liberdade de expressão - sobre os quais a economia americana foi construída", diz Zuckerberg.





Ele deve citar o exemplo da China que desenvolve e exporta uma versão da Internet com "ideias muito diferentes" do modelo americano.

"Acredito que seja importante manter os valores centrais de abertura e justiça que fizeram da economia digital da América uma força de empoderamento e oportunidade aqui e ao redor do mundo", continua Zuckerberg.

Também se espera que os diretores das empresas de tecnologia enfatizem como beneficiam os consumidores, principalmente durante a pandemia, e enfrentam a concorrência - principalmente da China.

Gigantes da mídia social enfrentam ataques por supostamente usar seu domínio para reprimir visões conservadoras - uma afirmação feita pelo presidente Donald Trump.

O Facebook tem sido acusado por não controlar discursos de ódio que promovem a violência, inclusive de Trump.