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Estado de Minas

Mortes por COVID-19 passam de 150.000 nos EUA e de 90.000 no Brasil


29/07/2020 21:55

A COVID-19 deixou nesta quarta-feira (29) um balanço sombrio nos dois países mais afetados pela pandemia: os Estados Unidos superaram as 150.000 mortes e o Brasil, as 90.000, enquanto a Arábia Saudita iniciou a peregrinação a Meca mais reduzida da história moderna.

O novo coronavírus, surgido na China no final do ano passado, não dá trégua nos Estados Unidos, onde acumula 4,38 milhões de contágios desde o anúncio do primeiro caso, em 21 de janeiro.

O epicentro americano agora está na Flórida. Com 21 milhões de habitantes, o terceiro estado mais populoso do país reportou um recorde de 216 mortes diárias.

"Estamos permitindo que o vírus avance à deriva", disse à MSNBC o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber, diante da dificuldade de conter os contágios.

Ante o recrudescimento das infecções no país, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, exortou os políticos a tomar novas medidas para apoiar a economia.

Como se esperava, o Fed anunciou que manterá suas taxas de referência de empréstimos em uma faixa de 0 a 0,25%.

- Trabalho de casa na favela -

Na América Latina, região do mundo com mais contágios, o Brasil registrou nas últimas 24 horas 1.595 novos óbitos, totalizando 90.134, bem como 69.074 novas infecções, acumulando 2,5 milhões desde o primeiro caso, detectado em fevereiro.

Mas os especialistas estimam números reais muito maiores, devido à falta de testes de diagnóstico.

Neste país de quase 212 milhões de habitantes, o combate à pandemia tem sido marcado por uma falta de coordenação entre autoridades federais, estaduais e municipais e pelo ceticismo do presidente Jair Bolsonaro, que continua minimizando a gravidade da situação.

Em uma favela de Camaragibe, periferia do Recife, onde milhões de crianças sem acesso à internet estão há mais de quatro meses sem educação formal pela pandemia, o professor Arthur Cabral subiu em sua bicicleta para levar o trabalho de casa a seus alunos.

Assim, a pequena Glória, de 12 anos, não vai ficar atrasada nos estudos. "Quatro meses de quarentena e ela sem fazer nada. Não tinha como eu conseguir algo pra ser produtivo pra ela", contou sua mãe, Darla Correia, de 31 anos, atualmente desempregada, agradecendo o gesto.

O México, que superou nesta terça os 400.000 casos e é o segundo país mais afetado da região por contágios e mortes (mais de 44.000), informou que os telefonemas de emergência para denunciar violência contra a mulher aumentaram 45,8% no primeiro semestre de 2020 por causa da pandemia.

- Peregrinação com máscaras -

Na Arábia Saudita, que tem um dos maiores surtos do Oriente Médio, os muçulmanos iniciariam o hajj, tradicional peregrinação anual a Meca, este ano marcada pelas máscaras e pelo distanciamento físico.

Em pequenos grupos, cada um com um guia, os fiéis cumpriram os ritos. Todos foram testados antes de chegar ao local e também terão que fazer quarentena. Mas participam apenas 10.000 pessoas residentes no país contra os 2,5 milhões de 2019.

A China, por sua vez, anunciou 101 contágios, um marco nos últimos três meses, enquanto continuam aparecendo focos regionais no país. Em Hong Kong, as autoridades advertiram para a possibilidade de um "contágio comunitário em larga escala".

A Índia, segundo país mais populoso do mundo depois da China e o terceiro mais afetado pela COVID-19, confirmou 50.000 novos casos, passando de 1,5 milhão, e aproximando-se das 35.000 mortes. Mas estima-se que as cifras oficiais não reflitam os contágios e os óbitos nos superpovoados bairros periféricos.

A pandemia deixou mais de 661.000 mortos no mundo e mais de 16,8 milhões de casos. Depois de Estados Unidos e Brasil, o maior número de óbitos está em Reino Unido (45.878), México (44.876) e Itália (35.123).

- Apreensão no futebol -

Em Londres, o aeroporto de Heathrow é o de maior circulação da Europa e o mais crítico da controversa decisão do governo britânico de impor quarentenas a quem chegar da Espanha, exortou às autoridades instaurar um programa de testes, ao anunciar perdas de mais de um bilhão de libras em 2020.

A Espanha, onde o novo coronavírus matou mais de 28.400 pessoas, tem centenas de surtos ativos em todo o território, a metade na Catalunha.

Na Itália, enquanto isso, foi aprovado o estado de emergência até 15 de outubro para facilitar o combate ao surto.

Na Europa, os bancos foram arrastados no segundo trimestre do ano pela tempestade econômica provocada pela pandemia, e registraram enormes perdas, uma explosão de provisões e risco de inadimplência.

Apreensão também no esporte: dois jogadores de futebol espanhóis testaram positivo para a COVID-19, gerando preocupação sobre as últimas rodadas da Liga Europa e a Liga dos Campeões.


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