Um tribunal peruano iniciou, nesta quinta-feira (30), uma audiência para decidir um pedido de prisão preventiva para a esposa do ex-presidente Ollanda Humala, Nadine Heredia, no contexto do escândalo de corrupção da empresa Odebrecht.
O juiz Carlos Sánchez abriu a audiência pela manhã, acompanhada virtualmente por Heredia, outros dois acusados, advogados e promotores.
A promotora Geovana Mori solicitou 36 meses de prisão preventiva contra Heredia e dois ex-ministros, investigados pelos supostos crimes de associação ilícita de criminosos e conluio agravado em detrimento do Estado por um contrato de construção de um gasoduto.
Segundo a promotoria, Heredia exercia um poder de fato dentro do aparato estatal durante o mandato de Humala (2011-2016).
"Heredia teria cumprido o papel de uma funcionária pública de fato", disse Mori na audiência.
Ela supostamente deu instruções e organizou reuniões com a finalidade de que a empresa Odebrecht adquirisse o Gasoduto do Sul.
Heredia e o ex-presidente Humala já foram detidos por nove meses em prisão preventiva por este caso entre 2017 e 2018.
Ambos são acusados de receber uma contribuição ilegal de US$ 3 milhões da Odebrecht na campanha que o levou ao poder em 2011.
A situação da ex-primeira-dama se complicou depois que o ex-chefe da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, declarou aos promotores peruanos que lhe entregou o dinheiro pessoalmente.
O escândalo da Odebrecht, cujos líderes agora cooperam com a justiça peruana, atinge outros três ex-presidentes peruanos, além de Humala, e a líder da oposição Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).