Uma revista católica denunciou nesta quinta-feira (30) os abusos de poder de algumas madres superiores que mantêm controle sobre seus conventos, aplicando maus-tratos ou se beneficiando economicamente.
Segundo a revista jesuíta Civiltà Cattolica, o assunto "até agora não recebeu a atenção que merece".
Esses abusos "na maioria das vezes não assumem a forma de violência sexual e não afetam menores", informou a revista.
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Após meses 'presa' no Brasil, moçambicana conseguirá retornar ao país natalSenado italiano suspende imunidade de Salvini para julgamento sobre migrantesUma madre superiora "levou a mãe para a comunidade das irmãs e ela ficou lá até morrer, permitindo que usasse o espaço por 20 anos", revela a investigação.
O título dessas freiras, em alguns casos, "parece garantir outros privilégios exclusivos, como se beneficiar de melhores cuidados médicos, enquanto uma simples freira não pode nem consultar um oftalmologista ou um dentista, porque é preciso "economizar".
Algumas freiras não puderam comprar roupas quentes para o frio pelas mesmas razões.
"O armário das madres superioras está cheio de roupas que elas compram com o dinheiro da comunidade sem consultar ninguém, enquanto outros não têm nem uma outra roupa para trocar", ressalta a Civiltà Cattolica.
"Infelizmente, é a realidade diária de algumas irmãs: uma realidade que elas não podem denunciar. Ou por não saberem com quem entrar em contato ou por medo de sofrer represálias", acrescentou.
Em janeiro, o cardeal João Braz de Aviz, prefeito da poderosa Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, revelou que ex-freiras "abandonadas" pela Igreja Católica, algumas das quais tiveram que se prostituir para sobreviver, conseguiram se refugiar em uma residência do Vaticano, aberta a pedido do Papa Francisco.