Jornal Estado de Minas

Pandemia soma mais de 17 milhões de infectados e EUA entram em recessão

O mundo superou nesta quinta-feira (30) a marca de 17 milhões de casos do novo coronavírus, em plena aceleração da pandemia, que provocou uma série de anúncios de prejuízos para grandes empresas e quedas recorde do PIB em países como os Estados Unidos, que entraram oficialmente em recessão.





Desde bancos até fabricantes de automóveis declararam resultados negativos devido à pandemia, que já deixou mais de 667 mil mortos, segundo um balanço da AFP com base em cifras oficiais.

Os Estados Unidos, com 4.426.982 casos e 150.713 mortos, são o país mais atingido, seguido do Brasil, que registra 2.552.265 casos e 90.134 mortos, seis meses após a declaração da emergência sanitária mundial pela OMS, em 31 de janeiro.

"Naquele momento, havia 98 casos e nenhuma morte em 18 países, sem considerar a China. Quatro países tinham evidências (oito casos) de transmissão entre humanos fora da China (Alemanha, Japão, Estados Unidos e Vietnã)", afirmou a OMS em seu portal, ao recordar a data.

Atualmente, segundo dados levantados pela AFP, 197 países registram casos e, nesta quinta-feira, o planeta superou a barreira dos 17 milhões de infectados, 1 milhão a mais do que quatro dias atrás e 6,5 milhões a mais do que no começo do mês.

Mesmo países que pareciam ter a doença sob controle se vêem em apuros devido a novos surtos. A Austrália, por exemplo, anunciou hoje um recorde de novos casos e a maior cifra diária de mortos desde o começo da pandemia.





Nos Estados Unidos, o epicentro se encontra agora na Flórida, terceiro estado mais populoso do país, que, com 21 milhões de habitantes, registrou um recorde de 253 mortes diárias hoje. Autoridades fecharão os centros estaduais de testes do novo coronavírus, antecipando a chegada da tempestade tropical Isaías no fim de semana.

- Economias ameaçadas -

Além do custo humano, o novo coronavírus provoca um impacto catastrófico nas economias e nos números das grandes empresas, um panorama desolador para o emprego.

Os Estados Unidos, maior economia do mundo, entraram em recessão, após uma contração histórica no segundo trimestre, devido aos efeitos da pandemia no consumo e nas empresas, com expectativas magras.

O Departamento do Comércio americano informou que a contração econômica foi de 32,9%, o que representa o pior desempenho desde que se iniciaram os registros, em 1947. Já a Alemanha registrou uma queda histórica do seu PIB, de 10,1%, no mesmo período, segundo estatísticas oficiais, que destacaram "o pior retrocesso do indicador desde o início das medições trimestrais do PIB na Alemanha, em 1970", indicou o Destatis.





Áustria e Bélgica também anunciaram quedas importantes do PIB no segundo trimestre, de 10,7% e 12,2%, respectivamente.

A economia do México anunciou uma queda de 17,3% no segundo trimestre, o maior retrocesso já registrado, aponta a estimativa preliminar do Instituto Nacional de Estatística (INEGI).

Além disso, grandes empresas anunciaram resultados trimestrais e semestrais no vermelho. A montadora francesa Renault registrou no primeiro semestre um prejuízo de 7,3 bilhões de euros, o maior de sua história, devido à crise sanitária e às turbulências da sócia japonesa Nissan.

A pandemia não poupou quase nenhuma empresa. A petroleira anglo-holandesa Royal Dutch Shell registrou um prejuízo de 18,1 bilhões de dólares no segundo trimestre, e o grupo espanhol de telecomunicações Telefónica anunciou queda de 51% no lucro no mesmo período.





A gigante de capital belga e brasileiro AB InBev, líder mundial do setor de cervejas, sofreu uma violenta queda de seu lucro entre abril e junho, e a fabricante europeia de aviões Airbus e a montadora alemã Volkswagen também anunciaram prejuízos.

- América Latina lidera infecções -

Na América Latina, região do mundo com mais infectados, o Brasil reportou nas últimas 24 horas 1.595 mortes, o que eleva o total para 90.134, assim como 69.074 novos casos de Covid-19.

Enquanto continua a minimizar a gravidade da situação, o governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu reabrir na quarta-feira as fronteiras aos visitantes estrangeiros que viajam de avião, com a esperança de estimular a abalada indústria turística no país.

Em mais um sinal da aceleração da pandemia na região, o Peru superou nesta quarta-feira 400.000 casos de coronavírus, número que o México havia alcançado um dia antes.

- Segundo dia de peregrinação a Meca -

Na Arábia Saudita, que tem um dos maiores focos da doença no Oriente Médio, um reduzido número de fiéis muçulmanos seguiu nesta quinta-feira para o Monte Arafat para pedir o perdão de Deus, um dos grandes momentos do Hajj, a tradicional peregrinação anual a Meca. Este ano, o ritual é marcado pelo uso de máscaras e pelo distanciamento físico.

Autoridades montaram um cordão de segurança aos pés da colina, também chamada de Monte da Misericórdia, no âmbito das medidas de prevenção contra o coronavírus.

Participam do Hajj este ano apenas 10.000 pessoas que residem no país, contra 2,5 milhões em 2019.