O líder chavista Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, disse na quinta-feira (6) que recebeu alta médica após ter contraído o novo coronavírus cerca de um mês atrás.
"Agradeço a Deus (...), às orações deste povo bonito por me acompanhar neste primeiro mês de batalha, ao profissionais médicos e de enfermagem, a minha família (...). Saindo hoje de alta médica", publicou no Twitter o número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Um vídeo do líder de 57 anos acenando e gesticulando com as mãos das portas de uma casa, com um casaco esportivo nas cores da bandeira venezuelana e uma máscara preta, foi divulgado pela agência de notícias estatal AVN e por várias contas de redes sociais vinculadas ao chavismo.
Ele foi o primeiro de vários dirigentes oficiais que relataram ter testado positivo para COVID-19, incluindo o ministro do petróleo, Tareck El Aissami. Cabello comanda a Assembleia Constituinte, o órgão que na prática assumiu as funções do Parlamento, único poder controlado pela oposição na Venezuela.
Na segunda-feira, ele reapareceu em um telefonema com o presidente Nicolás Maduro, transmitido pela televisão estatal. Durante a conversa, com um tom de voz incomum, ele mostrou dificuldades respiratórias.
Segundo dados oficiais, houve até quarta-feira 22.299 contágios e 195 mortes por coronavírus no país de 30 milhões de habitantes. Esses números, porém, são questionados pela oposição e organizações como a Human Rights Watch, que consideram que uma situação muito pior pode estar sendo ocultada.
Nas últimas semanas, o governo socialista reconheceu uma aceleração de infecções que o próprio Maduro chamou de "preocupante". A pandemia atinge a antiga potência petroleira em meio a uma grave crise econômica, com seis anos de recessão e quase quatro de hiperinflação.