Jornal Estado de Minas

Corrida contra o tempo para bombear combustível de navio que encalhou nas Ilhas Maurício

As equipes de intervenção nas ilhas Maurício estão em uma corrida contra o tempo nesta segunda-feira (10) para evitar outro vazamento de combustível do navio que encalhou com mais de 4.000 toneladas de combustível a bordo, ameaçando suas águas paradisíacas se o casco quebrar.





O navio "MV Wakashio", que transportava 3.800 toneladas de combustível e 200 toneladas de diesel, atingiu um recife em Pointe d'Esny em 25 de julho. Uma rachadura no casco causou um vazamento de combustível.

Localizada na costa sudeste da ilha, Pointe d'Esny é uma joia ecológica conhecida por seus locais preservados com classificação internacional, águas turquesas e pântanos protegidos.

Mais de 1.000 das 4.000 toneladas transportadas pelo Wakashio já foram despejadas no mar, disse Akihiko Ono, vice-presidente da Mitsui OSK Lines, que operava o navio, pertencente a uma empresa japonesa.

Os helicópteros implantados transportavam nesta segunda-feira parte do combustível bombeado para a costa, mas os esforços para continuar extraindo-o foram interrompidos por um mar agitado e ventos fortes.

As condições climáticas, que também aproximam o óleo derramado pelo navio até a ilha, não devem melhorar até o início da noite de hoje.

Cerca de 2.500 toneladas de combustível ainda estavam a bordo, afirmou o primeiro-ministro das Ilhas Maurício, Pravind Jugnauth, alertando que o risco de o casco do navio se romper é real.

"Está em uma etapa avançada do processo de fratura (...) não resta mais muito tempo", observou um especialista que acompanha os trabalhos de auxílio, sob condição de anonimato.

Os mergulhadores detectaram novas fissuras no casco do navio. Na costa, onde está sendo realizada uma limpeza intensa, se escutou um forte estalo.

Milhares de voluntários tentam conter a contaminação das águas rodeando o combustível com represas de cânhamo e tecidos improvisados, ou utilizando baldes para coletá-lo.

O Japão enviou uma equipe de ajuda de seis membros e a França um navio e um avião com especialistas procedentes da ilha vizinha Reunião.