O governo britânico ordenou, nesta quinta-feira (13), um controle de segurança da rede ferroviária após o descarrilamento de um trem no nordeste da Escócia, "provavelmente" vinculado a um deslizamento de terra, que matou três pessoas.
O trem saiu às 06h38 (horário local) de quarta-feira em Aberdeen com destino a Glasgow e descarrilou perto de Stonehaven, cerca de 25 km ao sul da primeira, em uma área atingida por fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra.
"Queremos aprender uma lição deste trágico incidente", declarou o ministro de Transportes do Reino Unido, Grant Shapps, no local. "O que aconteceu aqui é horrível e precisamos entender a causa. Parece que provavelmente esteve vinculada a um deslizamento de terra", disse Shapps à Sky News.
Ele também pediu à Network Rail, que administra a rede ferroviária, que comprove imediatamente o estado da rede e e lhe envie um relatório com as primeiras conclusões em 1o de setembro.
Havia 12 pessoas no trem, segundo a imprensa, um número reduzido devido às restrições a deslocamentos impostas na semana passada após um ressurgimiento de casos de coronavírus em Aberdeen.
Três pessoas foram declaradas mortas no local pelos serviços de emergência. Trata-se do maquinista, outro funcionário ferroviário e um passageiro.
Outras seis pessoas foram levadas ao hospital com "feridas que felizmente não foram consideradas graves", afirmou a Polícia de transportes britânica em nota na quarta-feira.
A Direção de investigações de acidentes ferroviários declarou que enviou uma equipe de inspetores ao local do acidente e abriu uma investigação.
- "Eventos climáticos intensos" -
Embora a rede ferroviária britânica seja conhecida por seus atrasos e problemas de gestão, que levaram à renacionalização das linhas privatizadas nos últimos anos, ela é considerada bastante segura e o último descarrilamento fatal ocorreu em 2007.
O ministro de Transportes da Escócia, Michael Matheson, destacou que a crise climática é cada vez mais problemática.
"A rede ferroviária enfrenta desafios cada vez maiores em diferentes setores, não apenas aqui na Escócia, mas em todo o Reino Unido, devido ao número crescente de eventos climáticos localizados, muito intensos, que afetam as infraestruturas", disse à BBC Scotland.
A Network Rail afirma trabalhar com meteorologistas para melhorar as informações sobre situações inesperadas e poder agir com rapidez.
A rainha Elizabeth II, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, homenageram as vítimas do acidente.
Elizabeth II está em sua residência escocesa de Balmoral, a 75 km do local. Junto com seu esposo, o duque de Edimburgo, manifestaram "grande tristeza" e enviaram suas condolências às famílias das vítimas.
Johnson pediu à Polícia de transportes que "descubra exatamente o que aconteceu" para garantir "que nada parecido volte a acontecer no futuro".