Jornal Estado de Minas

SEGURANÇA NO MERCADO

Brasil investiga 'suposta' presença de COVID-19 em frango exportado para a China

O governo brasileiro informou nesta quinta-feira (13) que busca esclarecer uma "suposta contaminação" pelo novo coronavírus nas exportações de carne de frango para a China, e enfatizou que a transmissão do vírus por alimentos congelados precisa de comprovação científica.





Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicou que "não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência", mas acionou todos os mecanismos pertinentes na China para buscar "informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação".


O comunicado ressalta que, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), "não há comprovação científica de transmissão do vírus da COVID-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos congelados".


O informe ainda destaca que a "segurança" dos produtos dos seus refrigeradores, fabricados de acordo com as normas do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.), "obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública".





Segundo o prefeito da cidade chinesa de Shenzhen, perto de Hong Kong, autoridades sanitárias detectaram o vírus em amostras colhidas nesta terça-feira em asas de frango congeladas vindas do Brasil, o maior produtor mundial de carne de frango.


As pessoas que entraram em contato com os produtos contaminados, assim como seus familiares, foram "imediatamente" submetidas testes para a COVID-19, mas os resultados deram negativos, segundo o comunicado chinês.


A suposta contaminação pode afetar as exportações brasileiras para a China, seu principal parceiro comercial.


Em fevereiro do ano passado, Pequim impôs por cinco anos direitos antidumping sobre o frango brasileiro, variando de 17,8% a 32,4%.


Até 2017, o Brasil era o primeiro fornecedor de frango congelado para a China, movimentando quase US$ 1 bilhão anualmente, e cujo volume representava cerca de 85% das importações do gigante asiático.


Nos últimos anos, o Brasil perdeu parte do mercado para a Tailândia, Argentina e Chile, segundo a consultoria especializada Zhiyan.