A Central Operária Boliviana (COB) anunciou nesta sexta-feira uma pausa nos bloqueios de estradas, que dificultavam o transporte de insumos médicos em plena pandemia, após a aprovação de uma lei que fixou o prazo de 18 de outubro para a realização das eleições gerais.
O comunicado foi feito pelo líder da COB, Carlos Huarachi, cuja organização apoia o ex-presidente esquerdista Evo Morales (2006-2019). "Orientamos os mobilizados a pacificar verdadeiramente o país, porque somos pacificadores, para evitar confrontos e mortos."
A COB e outros movimentos de camponeses e indígenas que apoiam Morales protestavam contra os três adiamentos das eleições devido à pandemia, uma vez que estimam que as medidas prejudicam o candidato de esquerda Luis Arce.
As eleições irão substituir a votação questionada de outubro de 2019, que resultou nos protestos que levaram à renúncia de Morales após quase 14 anos no poder.
Os protestos fizeram soar o alarme no governo direitista interino, que temia uma escalada desenfreada das manifestações, menos de um ano depois que uma revolta social tirou Morales do poder e deixou 35 mortos.
O esquerdista Arce lidera as pesquisas de opinião, à frente do ex-presidente de centro Carlos Mesa e da direitista Jeanine Áñez.
- Explosão e detidos -
Na noite de ontem, a sede da COB foi alvo de uma explosão, que não deixou vítimas, denunciou o dirigente Boris Vila. "É um atentado, iremos denunciá-lo, a COB nunca atentou contra ninguém", criticou.
Horas depois, o vice-ministro da Segurança Cidadã, Wilson Santamaría, anunciou a prisão de seis pessoas, com as quais foram apreendidos cartuchos de dinamite e uma granada de gás.