A região América Latina e Caribe, a mais afetada do mundo pelo novo coronavírus, superou a marca de 6 milhões de infectados, enquanto a Europa acelerou no fim de semana a adoção de novas restrições, ante o temor de uma segunda onda.
O novo coronavírus matou mais de 760.000 pessoas em todo o planeta e infectou mais de 21,2 milhões.
Nos últimos sete dias, quase metade das mortes no mundo por COVID-19 aconteceram na América Latina e Caribe, região que contabiliza 237.829 vítimas fatais desde o início da pandemia, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais.
A região contabilizava 6.024.138 de casos até sábado.
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Os visitantes devem usar máscara, manter a distância mínima de dois metros e não poderão deitar no chão, algo habitual entre as pessoas que buscavam o melhor ângulo para fotos diante da estátua gigantesca.
A pandemia não afetou a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que menosprezou a doença e criticou as medidas de confinamento: 47% dos entrevistados em uma pesquisa não o consideram responsável pelas mortes provocadas pela pandemia.
Depois do Brasil, a lista de países mais afetados da região inclui o Peru, que no sábado registrou o recorde de 9.507 casos em 24 horas e 219 mortes, para um total de 525.803 casos e 26.075 vítimas fatais.
O Peru registra o balanço mais grave em termos proporcionais, com 784 mortes para cada milhão de habitantes (a população total é de 32,9 milhões). O Brasil registra 501 falecimentos por milhão de pessoas, entre uma população de 212 milhões.
No México (511.369 infectados e 55.908 mortos), o governo declarou 30 dias de luto nacional a partir do fim de semana.
A Argentina ampliou o isolamento social até 30 de agosto.
O Equador, que superou a marca de 100.000 casos e registra mais de 6.000 mortes, prorrogou até 13 de setembro o estado de exceção em vigor desde março.
- Retrocessos na Europa -
No mundo, os Estados Unidos lideram, com folga, a lista de países com os piores números, com 168.446 mortos e 5,3 milhões de casos.
Mas na Europa, que está no meio do verão, o medo aumenta com uma possível segunda onda do vírus e países como França e Reino Unido intensificaram a imposição de novas medidas preventivas.
A França registrou mais de 3.300 novos casos nas últimas 24 horas, o que não acontecia desde maio. A prefeitura de Paris ampliou no sábado o número de zonas da cidade com uso obrigatório de máscara, poucos dias depois de adotar pela primeira vez esta restrição que já estava em vigor em várias cidades europeias.
O Reino Unido passou a aplicar uma quarentena de 14 dias aos viajantes procedentes da França, Holanda e Malta. A medida já estava em vigor para Espanha, Bélgica, Andorra e Bahamas
Na Espanha, com 3.000 infecções diárias nos últimos dois dias, o governo decretou a proibição de cigarro nas ruas sem o distanciamento de segurança, exceto quando for possível observar a distância de segurança de dois metros, assim como o fechamento de discotecas e bares noturnos.
Em Berlim, os bordéis, que estão fechados há cinco meses devido ao coronavírus, que deixou os estabelecimentos em uma situação financeira insustentável, foram reabertos, mas as relações sexuais estão proibidas até setembro. O único serviço autorizado no momento são as massagens.
Na Ásia, a Coreia do Sul reforçou as restrições em Seul e seus arredores, no momento em que o país registra o maior número diário de novas infecções em mais de cinco meses.
O vírus e o confinamento continuam deixando milhões de famílias na miséria. "Não temos mais dinheiro", afirma Daniel Flores, que teve que abandonar o volante de seu jeepney, um meio de transporte coletivo popular nas Filipinas.
- Avanços na vacina russa -
Diante de um vírus que não dá trégua, a esperança passa por uma vacina.
As autoridades russas anunciaram no sábado avanços na produção de sua vacina Sputnik V.
"O primeiro lote da nova vacina contra o coronavírus foi produzido no Centro de Pesquisas Gamaleya", afirma o ministério da Saúde da Rússia em um comunicado, a respeito do fármaco anunciado na terça-feira pelo presidente Vladimir Putin.
Cientistas ocidentais, no entanto, expressaram ceticismo e prosseguem com diversos projetos de vacinas.
Na América Latina, Argentina e México anunciaram durante a semana um acordo para produzir, em todo continente, a vacina em estudo pelo laboratório AztraZeneca e a Universidade de Oxford.
O Brasil não integra o projeto por ter os próprios acordos com laboratórios e universidades.
O governo dos Estados Unidos, que investiu mais de 10 bilhões de dólares em seis projetos de vacinas e assinou contratos que garantem a entrega de centenas de milhões de doses em caso de êxito, prometeu vacinar os americanos de maneira gratuita.
Em meio aos esforços e à luta contra o vírus, muitos países não conseguem evitar a corrupção. O governo boliviano interrompeu uma licitação de compra de reagentes para os testes da COVID-19 por supostas irregularidades no processo.