A menos de três meses das eleições presidenciais dos Estados Unidos, 50% dos eleitores registrados no país votariam no democrata e ex-vice-presidente Joe Biden se a votação ocorresse hoje, enquanto 41% apóiam o atual presidente, Donald Trump. Os dados são da última pesquisa realizada pelo The Wall Street Journal/NBC News, entre os dias 9 e 12 de agosto, e divulgada neste domingo. A diferença entre Biden e Trump é semelhante à vantagem de 11 pontos apurada há um mês.
As convenções de nomeação de Trump e Biden a candidatos à eleição de novembro começam neste mês. Os democratas realizarão uma convenção nacional online nesta segunda-feira, enqunato os republicanos planejam uma versão parcialmente virtual na semana seguinte.
Leia Mais
Joe Biden, um velho leão democrata com aspirações presidenciaisRobert Trump, irmão mais novo de Donald Trump, morre nos EUANavio petroleiro encalhado nas Ilhas Maurício se parte em doisCardi B e Joe Biden convidam jovens a votar para tirar Trump do poderEm outro sinal de potencial fragilidade do apoio dos democratas, 58% dos que votariam em Biden dizem que seu voto é mais contra Trump do que a favor do candidato escolhido. Em contrapartida, aqueles que planejam votar em Trump estão mais convictos de sua escolha: quase três quartos afirmam que seu voto é mais a favor de Trump do que contra Biden. "O voto a Biden se parece com o de Trump em 2016: mais contra seu oponente do que um apoio a ele", disse Horwitt.
A senadora Kamala Harris, da Califórnia, indicada na semana passada como companheira de chapa de Biden, teve avaliação positiva de 39% dos eleitores na pesquisa e negativa de 35%; 14% disseram que ainda não tinham uma opinião. Ela é mais popular entre as mulheres (45%) e eleitores de cor (45%) do que entre os homens (32%) e eleitores brancos (36%).
A vantagem de 9 pontos de Biden na pesquisa corresponde à vantagem de Hillary Clinton sobre Trump há quatro anos, com a diferença de que, agora, Trump é presidente e enfrenta as consequências econômicas da pandemia global de coronavírus. O índice de aprovação atual de Trump é de 44%, 2 pontos acima do de julho; 53% desaprovam seu desempenho no cargo. Na história recente, ocupantes da Casa Branca com classificações próximas a 50% ou mais geralmente venceram a reeleição. Já aqueles com números muito inferiores a esse perderam. Trump, no entanto, conquistou a maioria do Colégio Eleitoral em 2016 com apenas 46% do voto popular.
Na pesquisa, Trump obteve 10 pontos percentuais a mais do que Biden quando se questionou qual candidato lida melhor com a economia. No entanto, a maioria dos entrevistados, 58%, diz desaprovar a forma como o presidente enfrenta a pandemia de covid-19. Cerca de 53% afirmam que ele não levou a ameaça suficientemente a sério no início e ainda não lida bem com ela, ante 45% em abril.
A pesquisa identificou ainda que mais de três quartos (acima de 75%) dos entrevistados classificam a economia como razoável ou ruim, contra 68% em junho e 44% em dezembro do ano passado, antes da pandemia. Quase metade dos republicanos acha que a economia é excelente ou boa, enquanto apenas 4% dos democratas dizem isso. O uso de máscaras nos EUA está em alta, conforme o levantamento, com 79% dos participantes dizendo que sempre usam uma quando estão perto de pessoas fora de casa, contra 74% em julho e 63% em junho.
Considerando os diverss grupos demográficos incluídos na pesquisa, Trump ganha por pouco o voto masculino, enquanto Biden detém vantagem de 21 pontos entre as mulheres. O ex-vice-presidente também tem 80 pontos de vantagem entre os eleitores negros, 26 pontos entre os hispânicos e 7 pontos entre eleitores com 65 anos ou mais. Já Trump conta com 51 pontos a mais entre eleitores brancos evangélicos e 24 pontos considerando votantes brancos sem diploma universitário de quatro anos.
Além de ter melhor avaliação no que se refere à economia, Trump recebe notas um pouco mais altas quando o tema é o enfrentamento do crime. Biden é visto como mais forte em política externa, imigração, gerenciamento de coronavírus, saúde, relações raciais e unidade nacional. Ambos obtiveram resultado semelhante para a questão "saúde mental e física para ser presidente".
A pesquisa do Wall Street Journal/NBC News revelou que o interesse pela eleição é alto: 79% dos eleitores afirmaram ter o mais alto nível de interesse pela votação, 7 pontos acima do registrado na pesquisa de outubro de 2016, um mês antes da eleição de Trump. O porcentual de democratas e republicanos que declararam alto interesse é parecido (83% e 85%, respectivamente), enquanto 55% dos eleitores independentes se consideram altamente engajados.
O ex-presidente Barack Obama, importante apoiador da campanha de Biden, é visto de forma positiva por 54% dos eleitores em geral. Além disso, quando questionados sobre qual partido deve controlar o próximo Congresso, 47% dos eleitores declararam que será o Democrata, contra 42% dos que disseram que será o partido Republicano.
A pesquisa identificou que o controle do Executivo e do Legislativo por um único partido não é bem visto pela maioria dos eleitores. Metade diz que o controle republicano da Câmara, do Senado e da Casa Branca seria ruim, enquanto 44% avaliou o mesmo sobre o controle democrata.
A pesquisa do Wall Street Journal/NBC News ouviu 900 eleitores registrados e tem uma margem de erro de 3,27 pontos percentuais para mais ou para menos. Fonte: Dow Jones Newswires.