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Estado de Minas

A destruição de empregos provocada pela COVID-19 no mundo


18/08/2020 09:49

A pandemia de coronavírus ameaça setores inteiros da economia mundial, entre eles os aéreo, automobilístico e de distribuição.

Os planos de demissões em massa representam apenas a ponta do iceberg de uma crise que afeta vários pequenos negócios e destruiu muitos empregos precários, sem gerar grande cobertura na mídia.

- Turbulência no setor aéreo -

Duas das principais companhias aéreas da América Latina, o grupo chileno-brasileiro LATAM e a colombiana Avianca, pediram concordata em maio nos Estados Unidos. Outras empresas menores, como a sul-africana South African Airways e Comair, a britânica Flybe ou as subsidiárias francesa e austríaca da Level (IAG) tiveram de encerrar suas atividades.

Em processo de falência, a gigante australiana Virgin Australia foi adquirida por uma empresa americana.

Outras adotaram cortes drásticos, como as americanas American Airlines (mais de 41.000 demissões), United Airlines (até 36.000) e Delta Airlines (10.000), além da alemã Lufthansa (22.000), da Air Canada (pelo menos 19.000) e das britânicas British Airways (12.000), Easy Jet (4.500) e Virgin Atlantic (3.150).

Este foi também o caso da Air France (7.500), da australiana Qantas (6.000), da escandinava SAS (5.000), da irlandesa Ryanair (3.250) ou da Icelandair (2.000) e da Brussel Airlines (1.000).

Para limitar os danos, a Alemanha teve que resgatar a Lufthansa e a Condor, e a França e a Holanda fizeram o mesmo com a Air France-KLM. Itália e Portugal apostaram na nacionalização da Alitalia e da TAP, respetivamente.

Entre as construtoras aeronáuticas, a Boeing já anunciou que vai demitir 16.000 trabalhadores, a Airbus 15.000, a canadense Bombardier 2.500, enquanto as fabricantes de motores General Electric e Rolls-Royce vão cortar 12.600 e 9.000 empregos, respectivamente.

Nos serviços aeroportuários, o grupo Swissport vai cortar 4.000 empregos no Reino Unido.

No turismo, o grupo líder mundial no setor de TUI vai destruir 8.000 postos de trabalho.

- Aceleração da crise automobilística -

A perda de 15 mil empregos na Renault e a falência da locadora americana Hertz simbolizam a crise do setor automobilístico.

São apenas a ponta do iceberg em um setor em que a Nissan anunciou o fechamento de uma fábrica em Barcelona com 3.000 trabalhadores, enquanto a todo-poderosa BMW cortará 6.000 empregos.

No Reino Unido, mais de 6.000 demissões já foram anunciadas, principalmente nos grupos Jaguar Land Rover, Aston Martin, Bentley e McLaren.

A fabricante sueca de caminhões Volvo também cortará 4.100 empregos em todo o mundo.

Entre as fabricantes de equipamentos, a francesa Valeo anunciou 12.000 demissões.

- Falências na distribuição -

A pandemia também foi fatal para várias redes comerciais.

No Reino Unido, o grupo Intu, proprietário de grandes centros comerciais, foi à falência. Situação semelhante ocorreu com a rede de roupas Laura Ashley e com a empresa BrightHouse, especializada na venda e aluguel de produtos para o lar.

A cadeia de distribuição Marks and Spencer cortará 7.000 empregos nos próximos três meses e o grupo Travis Perkins irá demitir 2.500 funcionários, assim como a cadeia de lojas de departamentos Debenhams.

Diversas marcas de roupas na França, como La Halle, André ou Naf Naf, faliram antes de serem recompradas em troca de planos de reestruturação.

Na Alemanha, a loja de departamentos Karstadt Kaufhof cortará 6.000 empregos.

Nos Estados Unidos, a pandemia também causou a falência da Stage Stores e da J.C. Penney e JCrew.

No setor de restaurantes, o grupo alemão Vapiano faliu, enquanto a britânica The Restaurant Group fechou 125 restaurantes (3.000 empregos) e o Pizza Express 67 (1.100). E até 5.000 vagas estão ameaçadas no SSP (fast food).

A empresa britânica de ginástica e artigos esportivos DW Sports (1.700 empregos) pediu concordata. Dyson (eletrodomésticos) vai cortar 900 empregos em todo o mundo.

- Outros setores em dificuldade -

O setor de energia também sofre com a queda na demanda.

A petrolífera Schlumberger, com sede em Houston, planeja cortar 21.000 empregos, 25% de sua força de trabalho.

A britânica BP dispensará 10.000 funcionários e os fornecedores Centrica e Ovo 5.000 e 2.600, respectivamente.

O grupo texano Diamond Offshore (perfuração) e o American Whiting Petroleum Corporation (gás de xisto) faliram.

Entre as plataformas digitais, Uber planeja demitir 6.700 funcionários, e seu concorrente Lyft, cerca de 1.000.

Airbnb e TripAdvisor já anunciaram que vão dispensar 25% de sua força de trabalho.

A rede social profissional LinkedIn eliminará mil postos.

No setor de telefonia móvel, a Nokia anunciou a eliminação de 1.233 empregos de sua subsidiária francesa Alcatel-Lucent.


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