Jornal Estado de Minas

Bolsonaro diz que cloroquina teria evitado muitas mortes no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro elogiou os médicos que prescreveram hidroxicloroquina nos estágios iniciais da COVID-19 nesta segunda-feira (24) e garantiu que o questionado medicamento teria poupado a vida de muitos dos cerca de 115 mil que morreram com o vírus no Brasil.





"Então vocês salvaram sim, no meu entendimento, muitas milhares e milhares de vidas pelo Brasil e se a hidroxicloroquna não tivesse sido politizada muitas mais vidas poderiam ter sido salvas", disse Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto para apresentar o movimento "Brasil vencendo a COVID-19".

Esse grupo de "médicos voluntários", que segundo seus porta-vozes tem cerca de 10.000 adeptos nos 26 estados e no distrito federal, fez uma vigorosa defesa da hidroxicloroquina combinada com outras drogas em pacientes com coronavírus leve, apesar da eficácia deste antimalária para este fim ainda não possuir evidências científicas.

"Nós aprendemos com atendimento precoce que atacar o vírus já na fase inicial da doença usando remédios simples como a hidroxicloroquina, a azitromicina... Junto com outros medicamentos torna essa doença mais branda e impede que a maioria dos doentes se agrave", afirmou o anestesista Luciano Dias de Azevedo, que lidera o grupo.





"A nossa linda e bela hidroxicloroquina, eu posso dizer 10 vezes sem nenhum receio, ela sim consegue reduzir danos da COVID-19... Tenho certeza... População, não tenha medo, povo brasileiro, não tenha medo desta medicação", defendeu a médica Raíssa de Melo Soares.

Bolsonaro, de 65 anos, garante que fez o tratamento quando pegou o vírus em julho, assim como pelo menos 200 funcionários presidenciais, incluindo seus ministros que contraíram a doença.

O presidente parabenizou o movimento de médicos, articulado pelo governo.

"Então eu quero agradecer os senhores, meus cumprimentos pela decisão tomada lá atrás. E uma coisa é certa, dos fracos, covardes e omissos a história jamais se lembrará. Nós nos lembraremos sempre de todos vocês. Muito obrigado por este momento", afirmou o presidente.

Bolsonaro chegou a qualificar a COVID-19 de "gripezinha" e chamou de "ditadores" os governadores que promoveram o confinamento para impedir a disseminação do coronavírus, medida à qual atribui os impactos negativos da pandemia na economia.

Depois dos Estados Unidos, o Brasil, com 3,6 milhões de casos e 114.744 mortes, é o segundo país com maior número de vítimas do novo coronavírus.