O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou nesta quinta-feira (27) o presidente Donald Trump, seu adversário nas eleições de 3 de novembro, de alimentar por pura "estratégia política" a violência que eclodiu nos protestos antirracismo nos Estados Unidos.
"Tenho dito claramente. Não há lugar para violência, saques ou incêndios. Nenhum. Zero", escreveu o ex-vice-presidente.
A violência está "piorando e sabemos o porquê. Donald Trump se nega inclusive a admitir que existe um problema de disparidade racial nos Estados Unidos", acrescentou Joe Biden.
"Ao invés de tentar acalmar a situação, está jogando gasolina no fogo", disse. "A violência não é um problema ante seus olhos, é uma estratégia política. E quanto mais violência, melhor para ele" tentar ser reeleito, acusou.
Joe Biden e sua colega de chapa, Kamala Harris, falaram na quarta-feira com a família de Jacob Blake, um pai de família afro-americano baleado pelas costas várias vezes por um policial branco em Kenosha, Wisconsin, no domingo.
Estes fatos reacenderam a revolta antirracista nos Estados Unidos e contra a violência policial.
As manifestações em Kenosha terminaram em violência, que deixou dois mortos e um ferido.
Kyle Rittenhouse, um adolescente de 17 anos que havia se unido a grupos de homens armados que demonstravam o desejo de "proteger" a cidade, foi detido e acusado na quarta-feira de dois homicídios, sob a suspeita de ter atirado com um fuzil em manifestantes.
Sem mencionar Jacob Blake, o presidente americano falou da violência e prometeu que não tolerará "a anarquia nas ruas dos Estados Unidos". Trump acusa Biden e os democratas de não querer agir.
O presidente aceitará oficialmente a indicação do Partido Republicano para um segundo mandato na noite desta quinta-feira, em um discurso muito aguardado na Casa Branca.
Em um discurso em forma de acusação contra Trump, a senadora Kamala Harris, a primeira candidata a vice-presidente afro-americana da história americana, pediu nesta quinta que não se faça confusão entre manifestantes pacíficos e agitadores.
"Sejamos claros, não deixaremos que estas milícias e extremistas descarrilem o trem da justiça", disse a ex-procuradora em Washington.