Jornal Estado de Minas

Apenas 40% dos estudantes chilenos recebem educação à distância na pandemia

Quarenta por cento dos estudantes chilenos recebem educação à distância durante a pandemia, mas há grandes diferenças entre as escolas ricas e as pobres, onde a cobertura chega apenas a 27%, de acordo com um estudo do Ministério da Educação, em conjunto com o Banco Mundial.





Os resultados do estudo "Impacto da covid-19 nos resultados do aprendizado e da escolaridade no Chile" mostram que 40% dos estudantes chilenos frequentam colégios que ofereceram educação à distância de forma maciça, ou seja, escolas que declaram que pelo menos 80% de seus alunos se conectam a aulas on-line através de videoconferências, redes sociais, e-mails, teleconferências ou guias de trabalho.

No entanto, a realidade é muito diferente entre os estudantes ricos e pobres. Enquanto a cobertura das aulas on-line chega a 89% nos alunos do grupo mais rico, no mais pobre chega a 27%.

No Chile, apenas 8% dos alunos frequentam escolas particulares. Os demais vão a escolas públicas ou que recebem alguma subvenção do Estado.

"Este é um estudo duro e que nos traz um desafio não só como Ministério da Educação, mas como sociedade. Todos sabemos e é transversalmente aceito que as aulas presenciais são o melhor antídoto para enfrentar esta crise na área educacional", assegurou o ministro da Educação, Raúl Figueroa, ao comentar o estudo.





Em relação ao impacto da pandemia sobre o aprendizado, o estudo traz um cenário também dramático.

Os dados indicam que a perda de aprendizado em relação aos conhecimentos adquiridos em um ano normal flutuaria entre 15% e 50% para o quinto mais rico e o mais pobre caso as aulas sejam retomadas no segundo semestre.

Mas se não ocorrerem este ano, a perda chegaria a 64% para o quinto superior e a 95% para o inferior.

"O país deve fazer tudo o possível para reduzir estas perdas na educação, tomando ações para mitigá-las enquanto as escolas estão fechadas e remediá-las assim que reabrirem", disse João Pedro Azevedo, principal economista especializado em educação do Banco Mundial, citado em um comunicado do ministério da Educação do Chile.

As aulas no Chile foram suspensas em 16 de março por causa do novo coronavírus e não há previsão de retorno.