Jornal Estado de Minas

De um lugar de honra, Ivanka Trump se afirma como possível herdeira

"Quatro anos depois, aqui estou": mais confiante, misturando anedotas íntimas e elogios apaixonados para defender as conquistas de Donald Trump, sua filha Ivanka apareceu como sua possível herdeira, na quinta-feira (27), a única dos cinco filhos do presidente dos Estados Unidos convidados a fechar o Convenção Nacional Republicana.





Sorrindo e cumprimentando a plateia reunida no gramado da Casa Branca, a conselheira sênior do presidente entrou no palco com a música "I'm still standing", de Elton John.

"Esta noite estou diante de vocês como a filha orgulhosa do presidente do povo", disse Ivanka Trump, de 38 anos, falando de um óbvio lugar de honra.

Na inauguração do Convenção, o discurso inflamado de seu irmão Donald Jr., o filho mais velho, de 42 anos, mostrou-o como um herdeiro digno do bilionário republicano. E os outros filhos adultos do presidente - Eric, 36, e Tiffany Trump, 26 - também elogiaram o pai nos últimos quatro dias.

Mas coube a Ivanka o privilégio de fazer o discurso introdutório de Trump, ao vivo, na noite em que ele foi oficialmente confirmado como candidato da sigla para disputar um segundo mandato em 3 de novembro.

"Pai, as pessoas atacam você, porque você é atípico. Mas eu te amo, porque você é sincero, e respeito você, porque você é eficiente", declarou a empresária, mãe de três filhos, os quais alguns esperam ver, um dia, chegar à Casa Branca.





- "Um guerreiro da Casa Branca" -

Diante do tom rude e combativo de Trump, sua conselheira mais próximo procurou apresentar um lado mais humano do pai aos eleitores, falando com eles, diretamente, sobre a motivação para a Presidência de Trump.

"Aos homens e mulheres que trabalham duro, por toda América, e aqui esta noite: vocês são a razão, pela qual meu pai luta com todo seu coração e força", disse ela.

Como a primeira-dama Melania Trump na terça-feira, Ivanka mencionou o polêmico tratamento que o presidente deu ao Twitter, que afastou alguns eleitores republicanos, na tentativa de apresentá-lo como a carta vencedora de seu pai.

"Quer você concorde com ele, ou não, você sempre sabe onde ele está. Reconheço que o estilo de comunicação do meu pai não agrada a todos. E sei que seus tuítes podem parecer sem filtro. Mas os resultados, os resultados falam por si", afirmou, atraindo aplausos.





"Washington não mudou Donald Trump. Donald Trump mudou Washington", enfatizou.

"Hoje, mais do que nunca, a América precisa de mais quatro anos de um guerreiro da Casa Branca", defendeu.

Em 2016, Ivanka Trump há havia feito uso da palavra para lançar um apelo aos eleitores jovens e indecisos.

"Como muitos millennials como eu, não me considero categoricamente uma republicana, ou democrata. Mais do que membro de um partido, voto no que considero bom para minha família e para o meu país", disse ela à época.

Na quinta-feira, Ivanka mostrou que conhece o poder das pausas dramáticas e das risadas oportunas: "Quatro anos atrás eu disse que lutaria ao lado do meu pai e, quatro anos depois, aqui estou".

Licença parental, auxílio-creche, emprego para as mulheres: reconhecendo o histórico do governo Trump, a primeira filha teve o cuidado de destacar sua própria contribuição para as políticas de seu pai, às vezes negociadas pessoalmente no Congresso. Seu marido, Jared Kushner, também é conselheiro sênior do presidente dos Estados Unidos.

Sobre os ataques dos gigantes da indústria farmacêutica, ele se limitou a dizer: "meu pai sorri e me diz 'Você sabe que estamos fazendo a coisa certa se eles nos batem com tanta força'".

Ao agradecer a sua "filha maravilhosa" por esta apresentação, Donald Trump a distinguiu, pedindo-lhe que se levantasse para cumprimentar o público novamente. Ao lado dela, seu irmão Donald Jr. e sua meio-irmã, Tiffany, sorriam, mas permaneceram sentados.