Os representantes do governo do Sudão e da Frente Revolucionária Sudanesa (FRS), que reúne quatro movimentos de guerrilha, concordaram em acabar com a 17 anos de guerra civil, anunciou neste domingo a agência oficial Suna.
A assinatura oficial do acordo está prevista para segunda-feira em Juba, capital do Sudão do Sul.
De acordo com a agência, os representantes das diferentes partes rubricaram os oito protocolos que integram o acordo de paz: segurança, propriedade imobiliária, justiça transitória, distribuição e compensação, desenvolvimento do sector nômade e pastoril, distribuição da riqueza, divisão do poder e o retorno dos refugiados e deslocados.
O líder dos mediadores e conselheiro do presidente do Sudão do Sul para questões de segurança, Tutkew Gatluak, declarou no sábado, depois de rubricar os documentos, que o governo do Sudão do Sul "colocou em prática o que se comprometeu com o pobo sudanês para conseguir a paz".
O primeiro-ministro sudanês Abdallah Hamdok, o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e várias delegações estrangeiras são aguardadas para a assinatura oficial na segunda-feira com a FRS.
A coalizão é formada por movimentos que lutaram em Darfur (oeste), assim como nos estados de Kordofan-Sul e Nilo Azul.
As negociações de paz, prioridade do novo governo sudanês após a queda em abril de 2019 do autocrata Omar el Beshir, começaram em novembro em Juba.
Dois grupos não assinarão o acordo: o Movimento de Libertação do Sudão (MLS) de Abdelwahid Nour e o Movimento Popular de Libertação do Sudão do Norte (SPLA-N) de Abdelaziz al-Hilu.
Vários acordos de paz precedentes não foram aplicados, como o de 2006 assinado em Abuja, Nigéria, ou o de 2010 no Catar.