Jornal Estado de Minas

INTERNACIONAL

Capital Economics: PIB do Brasil deve cair menos que América Latina

O Brasil pode ter em 2020 queda menor do Produto Interno Bruto (PIB) que outras regiões da América Latina, prevê a consultoria inglesa Capital Economics, ao comentar os dados divulgados nesta terça-feira, 1º, pelo governo do segundo trimestre. A previsão da casa é de contração de 5% este ano, ante estimativa anterior de queda de 7%. Para 2021, a projeção é de avanço de 3% do PIB e em 2022 de 2%.

A Capital Economics projeta queda de 10% para o PIB do México e da Argentina este ano. O Peru deve ter contração de 13,5%. Na Colômbia e China, a queda deve ficar na casa dos 7%. Na média, o PIB da região deve encolher 8% este ano, prevê a consultoria inglesa.

Na avaliação do economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, a retomada da economia brasileira foi rápida, mas deve perder força pela frente, na medida em que a política fiscal vai deixar de ser um estímulo para ser um "vento contrário", ou seja, um risco.

O forte aumento de gastos do governo é um dos fatores que vai ajudar o PIB brasileiro e ter desempenho menos pior em 2020 que os pares latino-americanos, na medida em que o consumo das famílias brasileiras acabou sendo menos afetado, ressalta Jackson. Enquanto o consumo privado caiu 12% no segundo trimestre na comparação trimestral, o economista observa que em outras economias da América Latina a contração foi quase o dobro, de 20%.

"Embora a economia do Brasil tenha experimentado uma recuperação relativamente rápida de sua piora em abril, acreditamos que a economia provavelmente perderá fôlego", escreve Jackson em relatório comentando os dados do IBGE.