Jornal Estado de Minas

Ex-chefe de prisão do Khmer Vermelho falece aos 77 anos

O ex-torturador "Douch", chefe da prisão de Phnom Penh sob o sanguinário regime cambojano do Khmer Vermelho, onde foram torturadas cerca de 15.000 pessoas antes de serem executadas, morreu nesta quarta-feira (2) aos 77 anos.

Nascido em 1942, Kaing Guek Eav, apelidado de Douch, "morreu no hospital", anunciou Neth Pheaktra, porta-voz do tribunal cambojano supervisionado pela ONU para julgar os crimes do regime maoísta radical.





"Ele sofria de uma doença pulmonar há vários anos", explicou à AFP uma fonte que pediu anonimato.

O ex-chefe de Tuol Sleng, o S21, a prisão central da capital entre 1975 e 1979, foi o primeiro Khmer Vermelho a ser condenado por crimes de guerra por um tribunal.

Em 2010, em primeira instância, Douch recebeu uma pena de 30 anos de prisão. Dois anos depois, em apelação, foi condenado à prisão perpétua.

Após passar vários anos escondido, este ex-professor de matemática foi encontrado em 1999 por um fotógrafo irlandês que trabalhava para uma ONG cristã.

Diante dos juízes, durante o primeiro julgamento, Douch explicou as pilhas de documentos encontrados na prisão após a queda do regime e os processos aos quais os torturados eram submetidos antes de serem executados.

Contudo, após estas confissões, o acusado decidiu mudar sua estratégia de defesa e parar de cooperar com a justiça, afirmando ser apenas um secretário do regime e pedindo para ser libertado.