O grupo italiano Costa Cruzeiros voltou ao mar neste domingo (6) com seu navio Costa Deliziosa após mais de cinco meses de interrupção das viagens devido à pandemia do novo coronavírus, com medidas rigorosas para evitar contágios.
O mundo dos cruzeiros, que experimentou anos de crescimento contínuo até 2018, passou por uma crise sem precedentes este ano por causa da pandemia e agora está tentando retomar suas atividades.
Vários navios de grande porte já retornaram ao mar a partir dos portos do Mediterrâneo, especialmente os da grande concorrente MSC Cruzeiros.
O embarque dos passageiros começou na manhã de domingo e, à tarde, o Costa Deliziosa zarpou do porto de Trieste, no nordeste da Itália, para uma viagem de sete dias que levará as pessoas apenas aos portos italianos do Mar Adriático e do Mar Mediterrâneo.
Os primeiros cruzeiros da Costa, em setembro, estão reservados "apenas para residentes na Itália". Eles serão realizados de acordo com um protocolo de medidas de segurança estabelecido pela empresa, subsidiária do grupo norte-americano Carnival Corp, e por uma equipe de especialistas, afirmou a Costa em nota.
- Medidas rígidas -
Os passageiros tiveram que embarcar seguindo uma ordem pré-estabelecida em intervalos de meia hora. No porto, precisaram ter sua temperatura medida, fazer um teste e preencher um formulário sobre suas condições de saúde. Só podiam entrar a bordo se atendessem a todos os requisitos.
Além disso, todos os tripulantes, segundo a companhia, foram submetidos a exames e mantiveram uma quarentena de 14 dias antes de partir.
A bordo do navio, cuja capacidade foi reduzida para respeitar o distanciamento social, medidas rigorosas têm sido tomadas nos restaurantes, sem buffet, apenas com serviço de mesa, e nos bares e nas piscinas, com horários de utilização predefinidos.
As cidades visitadas vão de Bari e Brindisi, no Adriático, a Siracusa e Catânia, na Sicília. As visitas só podem ser realizadas por meio da organização da Costa Cruzeiros.
- Perdas bilionárias -
Entre meados de março e o final de setembro, a perda global do setor - em termos de atividade econômica ligada à suspensão e depois à lenta retomada dos cruzeiros - será da ordem de 50 bilhões de dólares e 334 mil empregos, segundo estimativas da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro (CLIA).
"Embora os proprietários de navios tenham adotado medidas muito rigorosas, a situação continuará complicada para o setor, já que há uma desconfiança com os cruzeiros após as imagens traumatizantes" de ondas de contaminação a bordo dos navios no início da pandemia, explica à AFP Didier Arino, diretor geral da Protourisme, empresa especializada em turismo.
"Além disso, os clientes de cruzeiros são mais velhos que a maioria dos turistas e, portanto, mais frágeis do ponto de vista da saúde. Vai demorar para recuperarmos os níveis pré-crise", acrescenta.