O governo Boris Johnson admitiu, nesta sexta-feira (18), que poderá retomar o confinamento em toda Inglaterra para conter a pandemia de coronavírus, observando que as taxas de hospitalização estão dobrando a cada oito dias.
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De acordo com a imprensa local, conselheiros científicos do governo propuseram um confinamento geral em toda Inglaterra por duas semanas, em outubro, para coincidir com as férias escolares inglesas.
O Reino Unido é o país da Europa mais afetado pela pandemia, com mais de 41.700 mortes confirmadas por COVID-19. E o número de novos casos está atingindo níveis que não eram vistos desde abril.
Segundo dados divulgados na quinta-feira (17) pelo Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS), na semana de 4 a 10 de setembro, havia na Inglaterra 59.800 pessoas infectadas por coronavírus, ou seja, um habitante em cada 900.
"Também vimos, com tristeza, que o número de pessoas hospitalizadas com coronavírus está dobrando a cada oito dias, então, temos que agir", frisou Hancock.
Ainda conforme o ONS, os índices de contágio estão disparando em Londres e no noroeste da Inglaterra.
Londres sem festa de Ano Novo
Nesse contexto, o governo estendeu, a partir da próxima terça-feira (22), a diversos municípios do noroeste, entre eles Liverpool, com 500 mil habitantes, as restrições que já se aplicavam a dois milhões de moradores do nordeste do país.
Isso inclui, em particular, a proibição de se reunir com familiares e amigos que não morem sob o mesmo teto e um toque de recolher para todos os locais de entretenimento entre 22h e 5h.
Em algumas áreas de Midlands e West Yorkshire, no centro, a proibição de receber em casa - dentro do imóvel, ou no quintal - pessoas que moram em outras casas também se aplica a partir de terça-feira.
Segundo a mídia britânica, mais de dez milhões de pessoas já foram afetadas pelas medidas. Além disso, em nível nacional, todas as reuniões de mais de seis pessoas estão proibidas a partir de segunda-feira. As exceções serão escolas, locais de trabalho, locais de culto e eventos esportivos.
Um porta-voz de Downing Street disse à imprensa que nenhuma nova restrição está "planejada" em Londres.
A capital viu, porém, um de seus mais emblemáticos eventos ser cancelado na sexta-feira: os espetaculares fogos de artifício, com os quais tradicionalmente se comemora a passagem do Ano Novo.
"Simplesmente não podemos permitir o número de pessoas que se reúnem na véspera de Ano Novo", disse o prefeito trabalhista Sadiq Khan à estação de rádio privada LBC.
Dado o aumento das infecções, alguns jornais afirmaram que o governo poderá estender as restrições a todo país antes de outubro.