Nesta sexta-feira, a justiça peruana impôs prisão domiciliar à esposa do ex-presidente Ollanta Humala, Nadine Heredia, que foi investigada no escândalo da construtora Odebrecht, informou o tribunal.
A Câmara Criminal Anticorrupção do Superior Tribunal de Justiça Nacional "impôs prisão domiciliar a Nadine Heredia Alarcón no processo seguido de conluio agravado e outro em detrimento do Estado", informou o tribunal em sua conta no Twitter.
Dessa forma, a Turma Penal revogou a liberdade condicional concedida a Heredia por outro tribunal há pouco mais de um mês, e que havia sido apelada pela procuradora Geovana Mori.
A acusação solicitou para Heredia e dois ex-ministros de Humala, Luis Castilla e Eleodoro Mayorga, 36 meses de prisão preventiva por supostos crimes em um contrato para a construção de um gasoduto e uma associação criminosa.
A Turma Penal também confirmou a liberdade condicional de Castilla y Mayorga.
Segundo a acusação, Heredia exerceu poder de facto dentro do aparelho do Estado durante o mandato de Humala (2011-2016).
O ex-presidente e sua esposa são acusados de terem recebido três milhões de dólares pela campanha eleitoral que levou o militar aposentado ao poder.
A situação da ex-primeira-dama de 44 anos parece ter se complicado depois que o ex-diretor da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, testemunhou no Ministério Público peruano ter entregue pessoalmente o dinheiro para ela.
Heredia e Humala estiveram em prisão preventiva por nove meses por este caso entre 2017 e 2018.
O escândalo da Odebrecht, cujos executivos agora cooperam com a Justiça, atinge quatro ex-presidentes peruanos, entre eles Humala, e a líder oposicionista Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).
Um dos ex-presidentes sob suspeita de corrupção, Alan García, suicidou-se em abril de 2019, quando ia ser detido pelo judiciário para investigações.