O cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, conhecido como "Quino" e criador da Mafalda, faleceu nesta quarta-feira (30) aos 88 anos, informou seu editor, Daniel Divinsky, em seu Twitter.
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Autoridades sanitárias britânicas reconhecem que coronavírus "não está sob controle"Três obuses atingiram região de curdos iranianos perto das forças dos EUATikTok deve se tornar uma empresa americana, diz secretário do TesouroQuino costumava passar seis meses do ano na Espanha e seis meses na Argentina. No momento de sua morte, estava em sua cidade natal, Mendoza (oeste), segundo a imprensa local.
"Meu segundo pai se foi. Obrigado por tudo, Quino (1932-2020)", escreveu no Twitter o cartunista e humorista gráfico argentino Miguel Rep.
O também cartunista argentino Liniers se despediu no Instagram com a frase: "Obrigado, mestre".
A província de Mendoza declarou luto pela morte de Quino, mas devido às restrições pela pandemia de covid-19 nenhuma homenagem oficial será realizada.
- "Órfãos" -
Uma escultura de Mafalda e seus companheiros o homenageia no bairro de San Telmo, em Buenos Aires.
Nesta quarta-feira, várias pessoas compareceram ao local para depositar buquês de flores.
"Pensei em vir saudar Mafalda, Susanita e Manolito, porque somos várias gerações um pouco órfãos hoje", disse Damián Lozada, morador de San Telmo, de 55 anos.
"Quino deixa um trabalho extraordinário para o mundo. É amor e é humor. É ternura e é inteligência. É observação contundente e também inocência", acrescentou.
No Twitter, #Quino é destaque na Argentina com uma avalanche de mensagens de despedida.
"Foi embora o meu segundo pai. Obrigado por tudo, Quino (1932-2020)", escreveu no Twitter o cartunista e humorista gráfico argentino Miguel Rep.
O cartunista argentino Liniers também se despediu no Instagram com a frase: "Obrigado professor".
Quino não teve filhos. Era casado desde 1960 com Alicia Colombo, falecida em 2017.
- Mafalda -
Filho de andaluzes, Quino nasceu aos pés da Cordilheira dos Andes, em Mendoza (oeste), em 17 de julho de 1932.
Aos 13 anos ingressou na Faculdade de Belas Artes de Mendoza, mas logo se sentiu "cansado de desenhar ânforas e gessos" e transformou sua genialidade em quadrinhos e humor - embora em sua primeira fase, sem palavras.
Aos 18 anos publicou o seu primeiro cartum em Buenos Aires, mas foi aos 30 que Mafalda nasceu do traço do seu lápis, a menina que odeia sopa, concebida a pedido de um anúncio de eletrodomésticos em 1963.
Com humor sutil, carregada de crítica social, as tirinhas de Mafalda e dos amigos Susanita, Miguelito, Manolito, Felipe e Libertad, foram publicadas de 1964 a 1973. Esses foram os únicos personagens permanentes que ele desenhou.
Uma escultura da Mafalda e seus companheiros o homenageia no bairro de San Telmo, em Buenos Aires.
Quino foi reconhecido com o Prêmio Príncipe das Astúrias em 2014 e também recebeu o Legião da Honra da França.
Em seus cartuns, sempre reivindicou a liberdade, muitas vezes ironizou a exploração do trabalho e também fez humor com a psicanálise.
Uma das última vezes que foi visto em público foi em janeiro de 2015 em uma manifestação em Buenos Aires para repudiar o ataque ao semanário satírico francês 'Charlie Hebdo'.
"Mafalda teria uma tristeza terrível pelo atentado", disse então Quino, que compareceu em cadeira de rodas e com um cartaz que dizia: "Eu sou Charlie".