Jornal Estado de Minas

Herdeira canadense é condenada em caso de escravas sexuais Nxivm

A herdeira do império de destilarias Seagram, a canadense Clare Bronfman, foi condenada a 81 meses de prisão nesta quarta-feira(30) pelo escândalo envolvendo a seita de escravos sexuais Nxivm.

Em 2019, a herdeira se declarou culpada de fraude em cartão de crédito e de ter escondido um imigrante para ajudar a organização criada pelo guru Keith Raniere.





Em junho de 2019, Raniere foi considerado culpado de manter um harém com cerca de 15 a 20 escravas sexuais, uma delas com 15 anos.

As escravas eram obrigadas a fazer sexo com Raniere sempre que ele desejasse. Algumas foram marcadas com um símbolo que representa as iniciais do guru.

"Não há dúvida de que Raniere não teria sido capaz de cometer os crimes pelos quais foi condenado sem aliados poderosos como Bronfman", disseram os promotores.

Os advogados de Bronfman, de 41 anos, pediram que a condenação de sua cliente fosse de três anos de liberdade condicional.

A defesa alegou que embora tenha confessado sua culpa em dois crimes, Bronfman não tinha conhecimento do abuso sexual cometido por Raniere através de uma organização criminosa paralela à Nxivm, o "DOS", que tinha "amantes" e "escravos".

Das seis pessoas acusadas neste escândalo, revelado em março de 2018, Bronfman é a primeira a ser condenada.

Raniere, de 60 anos, afirma que as relações sexuais que mantinha com membros da seita eram consensuais e deve ser condenado em 27 de outubro.

Outras quatro pessoas se declararam culpadas.

Entre elas está a atriz Allison Mack, da série de televisão "Smallville", que se declarou culpada de extorsão e associação criminosa.

O escândalo Nxivm é o assunto de duas adaptações para a televisão e para o cinema: uma série de documentários, "The Vow", na HBO, que insiste no lado não sexual da organização, e um filme de Lisa Robinson, "Escaping the Nxivm Cult", 2019, sobre o depoimento de uma mãe que tentou tirar sua filha da organização.