Jornal Estado de Minas

Esposa de jihadista é condenada na Alemanha por escravizar jovem yazidi

Um tribunal alemão condenou nesta sexta-feira (2), a três anos e meio de prisão, a esposa de um rapper que se tornou jihadista, por ter participado do processo de escravização de uma jovem yazidi.

A ré, uma alemã de origem tunisiana chamada Omaima A., de 36 anos, foi declarada culpada por um tribunal de Hamburgo de pertencer ao grupo Estado Islâmico (EI).





Os juízes também consideraram que ela violou suas obrigações como mãe ao levar seus três filhos menores de idade para uma zona de guerra e ao usar armas de guerra, como fuzis Kalashnikov.

No início de 2015, a mulher, com seus três filhos, reuniu-se com seu primeiro marido em áreas controladas pelo EI na Síria.

Após a morte de seu primeiro cônjuge, ela se casou com um rapper de Berlim, que se juntou ao grupo extremista.

O rapper Denis Cuspert, mais conhecido pelo pseudônimo "Deso Dogg", juntou-se ao EI em 2014. De acordo com a imprensa, ele foi morto em um ataque aéreo em 2018 na Síria.

Os juízes consideraram a acusada cúmplice da escravidão a que foi submetida uma menina de 13 anos da comunidade yazidi.

No julgamento, Omaima A. disse que cometeu "um grave erro cinco anos atrás", ao se unir a seu primeiro marido em Raqa, então capital do Estado Islâmico na Síria, de acordo com a emissora pública NDR.

Ela também alegou que a garota yazidi era uma "convidada" em sua casa. "Peço desculpas a ela por não poder ajudá-la", declarou.

A Promotoria alegou, porém, que a mulher nunca rompeu laços com o grupo jihadista.

Outros dois julgamentos relacionados a abusos contra yazidis foram realizados na Alemanha.

O EI cometeu atrocidades contra essa comunidade em 2014. Esses atos estão sendo investigadas pela ONU para determinar se podem ser classificados como genocídio.