O presidente americano, Donald Trump, expressou nesta quinta-feira (8) críticas incomuns contra dois de seus aliados mais firmes, o secretário de Estado Mike Pompeo e o procurador-geral Bill Barr, a menos de um mês das eleições em que busca um segundo mandato.
Em uma entrevista telefônica com a Fox Business, Trump, que foi obrigado a abandonar a campanha devido ao diagnóstico de covid-19, exigiu aos dois membros do gabinete que tomassem medidas sobre assuntos relativos ao governo do ex-presidente democrata Barack Obama.
Trump disse que Pompeo deveria encontrar um jeito de tornar públicos os e-mails de Hillary Clinton, a candidata presidencial democrata nas eleições de 2016, um caso de longa data para os ativistas republicanos que a acusam de ter usado um servidor privado de e-mail enquanto era secretária de Estado no governo Obama.
Os e-mails "estão no Departamento de Estado, mas Mike Pompeo não foi capaz de pegá-los, o que é na verdade muito triste", disse Trump.
"Não estou contente com ele por conta disso", explicou. "Ele lidera o Departamento de Estado... então, que os pegue".
Pompeo tem sido até agora um dos poucos funcionários que nunca contrariou Trump, que criticou implacavelmente os antecessores de Pompeo e Barr depois de demiti-los de seus cargos.
Trump, que está atrás nas pesquisas em relação ao seu oponente democrata Joe Biden, pediu a Barr que processe os membros do governo Obama por investigarem a relação de sua campanha com a Rússia.
"Bill Barr vai terminar como o melhor procurador-geral na história do país ou então em uma situação muito triste", disse Trump.
"Ele tem todas as informações que precisa", disse o presidente sobre as acusações.
Uma investigação do ex-diretor da Agência Federal de Investigações (FBI) Robert Mueller descobriu que a Rússia tentava impulsionar a campanha de Trump.
Mueller trouxe evidências significativas de que os aliados de Trump coordenaram, cooperaram, incentivaram e apoiaram a interferência da Rússia. Mas o investigador disse que não tinha elementos suficientes para acusar de conspiração nenhum membro da campanha.
O primeiro assessor de Segurança Nacional de Trump, Michael Flynn, admitiu ter mentido ao FBI sobre negociações com o embaixador russo.
Barr não encontrou motivos para acusar os funcionários do governo Obama pela investigação da Rússia, mas tem sido um defensor fervoroso de Trump.