O líder do partido neonazista grego Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos, foi condenado nesta quarta-feira, 14, a 13 anos de prisão pela Justiça da Grécia. O Tribunal Penal de Atenas declarou Michaloliakos culpado por dirigir uma "organização criminosa". Outro líder do partido, o eurodeputado Ioannis Lagos, também foi condenado a 13 anos de prisão e perderá a imunidade parlamentar a pedido da Grécia, após a emissão da ordem de prisão.
A juíza Maria Lepenioti, que presidiu o julgamento, leu as sentenças contra Michaloliakos e os outros acusados. O tribunal seguiu as recomendações do Ministério Público e também condenou a 13 anos de prisão o ex-porta-voz do partido, Ilias Kassidiaris, e o deputado Christos Pappas, braço direito de Michaloliakos. Outros dois dirigentes do partido receberam a mesma pena de prisão: os ex-deputados Ilias Panagiotaros e Georgios Germenis.
Artemis Matthaiopulos, ex-genro de Michaloliakos, foi o único réu condenado a uma pena menor que a solicitada pelo MP e recebeu uma sentença de 10 anos de prisão.
Como estava previsto, o tribunal também condenou Yorgos Rupakias, um membro do Aurora Dourada, à prisão perpétua pelo assassinato do rapper antifascista Pavlos Fyssas, em 2013.
O assassinato provocou uma grande comoção na Grécia e obrigou as autoridades a iniciar um processo contra o partido neonazista, responsável por assassinatos e atos de violência contra migrantes e ativistas de esquerda desde os anos 1990, mas que havia gozado até então de uma impunidade quase total.
Na segunda-feira, 12, a Justiça grega rejeitou todas as circunstâncias atenuantes que poderiam ter reduzido as condenações dos líderes do Aurora Dourada.
Após cinco anos e meio de audiências, o tribunal penal de Atenas qualificou na semana passada o partido como uma "organização criminosa". Cinquenta dos 68 processados foram declarados culpados de "dirigir ou integrar" uma organização criminosa, assassinato, agressões ou posse ilegal de armas.
O longo processo judicial provocou o declínio progressivo do Aurora Dourada, terceira força política do país em 2015, que não conquistou nenhuma cadeira no Parlamento nas eleições legislativas de julho de 2019. (Com agências internacionais).
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