Os Estados Unidos aprovaram nesta quarta-feira um tratamento com anticorpos sintéticos desenvolvido pelo laboratório Regeneron que se mostrou eficaz contra o Ebola.
Aprovado pela Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), o tratamento usa a mesma tecnologia de um tratamento experimental contra a Covid-19 aplicado ao presidente americano. Segundo o chefe da agência, Stephen Hahn, a aprovação do tratamento mostra seu compromisso "em responder às ameaças contra a saúde, tanto no país quanto no exterior".
Batizado de Inmazeb, o tratamento é administrado de forma intravenosa e contém um coquetel de anticorpos monoclonais que, uma vez inoculados no paciente, unem-se ao vírus para neutralizá-lo, como faz o sistema imunológico.
Os testes clínicos foram realizados em 382 pessoas, sendo que metade delas foram tratadas com Inmazeb e o restante recebeu um medicamento distinto. Entre aquelas tratadas com Inmazeb, 33,8% morreram após 28 dias, contra 51% dos pacientes que receberam outro medicamento.
O estudo foi feito na República Democrática do Congo em 2018 e os resultados foram publicados na "New England Journal of Medicine" no ano seguinte. Os efeitos colaterais mais comuns foram febre, calafrios e aceleração dos batimentos cardíacos ou da respiração, também sintomas do vírus Ebola.
A FDA esclareceu que os pacientes que recebem Inmazeb não devem ser vacinados contra o Ebola durante o tratamento, uma vez que isto poderia reduzir a eficácia da vacina.
Os anticorpos monoclonais são um tipo de tratamento relativamente novo, normalmente aplicado para combater o câncer e doenças inflamatórias. O Inmazeb contém três tipos de anticorpos muito eficazes contra o Ebola, descobertos através da infecção de ratos geneticamente modificados.