O continente viu seus casos diminuírem em meados do ano e amenizou as medidas de restrição durante o verão, numa tentativa de reaquecer a economia. Mas a volta das atividades, como a reabertura de bares e restaurantes e de universidades, desencadeou um aumento expressivo de casos de contaminação pelo novo coronavírus às vésperas do inverno.
Bares, restaurantes e espaços de convívio foram os primeiros a fechar ou abreviar o horário de funcionamento com as novas medidas adotadas. Os números alarmantes dos últimos dias, entretanto, pressionam os governos a tomarem medidas mais rígidas, como novos lockdowns.
França
O presidente da França, Emmanuel Macron, decretou um toque de recolher na grande Paris e em outras 8 cidades do país em “zona de alerta máximo” para conter o novo avanço da pandemia. A restrição será a partir de sábado (17) entre às 21 e 6 horas e ficará vigente por pelo menos quatro semanas. Escolas, empresas e transportes permanecerão abertos durante o dia, mas a vida social e econômica noturna estará suspensa pelos próximos dias, a fim de diminuir a transmissão do coronavírus e evitar um novo lockdown.
As localidades francesas em “zona de alerta máximo” apresentam mais de 250 casos por 100.000 habitantes, 100 casos por 100.000 habitantes de pessoas idosas e 30% de pacientes por covid-19 ocupando leitos de UTI. A França acumula 820.376 casos confirmado de infecção e 33.058 mortes por COVID-19, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins (EUA) divulgados em 14/10. Na quarta-feira (14) foram registrados 12.933 novas infecções e 87 mortes.
Portugal
Em Portugal, já foram contabilizados 93.294 casos confirmados de infecção e 2.128 mortes desde o início da pandemia. Nesta quinta (15) 2101 novos casos e 11 mortes foram informados, ratificando tendência de aumento observada nos últimos dias.
O governo português enviou para o parlamento um projeto de lei para obrigar o uso de máscaras ou viseiras em espaços público e ao ar livre e a instalação de um aplicativo de celular como medidas de enfrentamento a uma nova onda da pandemia. A norma, que tramita no legislativo nacional, prevê multa entre 100 e 500 euros em caso de descumprimento.
O aplicativo se propõe a mapear e alertar usuários que estiveram perto de infectados nos últimos 15 dias. A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) denuncia que a obrigatoriedade da ferramenta “suscita graves questões relativas à privacidade dos cidadãos”.
Espanha
A Espanha vê um aumento de novos casos de COVID-19 desde o final de julho. Em agosto os contágios foram aumentando de forma constante e no início de setembro o país já estava em uma segunda onda da pandemia. O número total de casos mais que dobrou desde o início do mês passado. No total, a Espanha acumula 908.506 casos confirmados de infecção e 33.413 mortes. Nesta quinta-feira, segundo o Ministério da Saúde local, foram contabilizados 5.104 novos casos e 140 mortes.
O governo espanhol decretou em 9 de outubro o fechamento parcial da capital Madri e cidades da região por 15 dias. As regiões de Catalunha, Galícia e Astúrias adotaram lockdown até o final do mês de outubro. Outras 45 localidades pelo interior do país estão fechadas e pelo menos outras 650 seguem com restrições. Uma pesquisa divulgada na Espanha afirma que os bares, restaurantes e espaços de convívio são responsáveis por 7 de cada 10 novas infecções no país.
Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou na segunda-feira (12) novas medidas para frear a transmissão do novo coronavírus no Reino Unido. Hospitais de campanha serão reabertos e reuniões privadas em espaços fechados serão proibidas. Com mais de 43 mil mortes, o Reino Unido é o país mais afetado pela COVID-19 na Europa.
Itália
Na Itália, o aumento de novas infecções na Itália é alarmante. Nessa quarta-feira (14), foram 7.332 novos casos e 43 mortes, em comparação com 5.991 infectadas na terça-feira (13) e 41 mortes. A Itália atinge, assim, um recorde: o número de infectados na quarta superam o pico máximo da pandemia, que foi observado em 21 de março, com 6.557 novos registros em um dia.
O governo italiano estuda a retomada de medidas restritivas e não descarta um novo lockdown durante as festas de Natal e Ano Novo.
Veja a evolução da pandemia em alguns países europeus nos últimos 30 dias e as medidas adotadas pelos governos para conter o seu avanço
FRANÇA
Medidas recentes:
Toque de recolher em Paris e outras 8 grandes cidades.
Evolução nos últimos 30 dias, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA):
14/09: 425.870 casos confirmados e 30.958 mortes;
14/10: 820.376 casos confirmados e 33.058 mortes.
PORTUGAL
Medidas recentes:
Projeto de lei para obrigatoriedade do uso de máscaras e de uso de aplicativo de mapeamento e alerta de novos infectados.
Evolução nos últimos 30 dias, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA):
14/09: 64.596 casos confirmados e 1.871 mortes;
14/10: 91.193 casos confirmados e 2.117 mortes.
ESPANHA
Medidas recentes:
Fechamento parcial de Madri e outras 8 cidades da região; - Lockdown regiões da Catalunha, Galícia e Astúrias;
Medidas restritivas em pelo menos 695 localidades (equivalente a municípios).
Evolução nos últimos 30 dias, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA):
14/09: 593.730 casos confirmados e 29.848 mortes;
14/10: 908.056 casos confirmados e 33.413 mortes.
REINO UNIDO
Medidas recentes:
Reabertura de hospitais de campanha;
Proibição de reuniões privadas em espaços fechados.
Evolução nos últimos 30 dias, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA):
14/09: 373.555 casos confirmados e 41.726 mortes;
14/10: 657.459 casos confirmados e 43.245 mortes.
ITÁLIA
Medidas recentes:
Governo já discute novas medidas de restrições e Lockdown nas festas de final de ano.
Evolução nos últimos 30 dias, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA):
14/09: 288.761 casos confirmados e 35.624 mortes;
14/10: 372.799 casos confirmados e 36.289 mortes.
*estagiário sob supervisão do subeditor Daniel Seabra