Jornal Estado de Minas

Ativistas pró-democracia voltam às ruas na Tailândia, apesar de proibição de passeatas

Milhares de manifestantes desafiaram neste domingo (18), pelo quarto dia consecutivo, a proibição de reuniões públicas em Bangcoc para exigir a renúncia do primeiro-ministro e uma reforma da monarquia.

As tensões de sexta-feira, quando a polícia forçou o recuo dos manifestantes usando jatos d'água e com uma série de prisões, não conteve o movimento, composto principalmente de estudantes.





"Dissolução do Parlamento!", "Que vergonha para o ditador", gritou a multidão reunida no Monumento à Democracia, no centro da capital, acenando com três dedos. Retirado do filme "Jogos Vorazes", o gesto se tornou símbolo da resistência.

Vários manifestantes carregavam retratos de líderes do movimento presos nos últimos dias, incluindo o ativista Anon Numpa. Ele foi detido na sexta-feira, em Chiang Mai (norte).

O movimento, que está nas ruas há três meses, pede a renúncia do primeiro-ministro Prayut Chan O Cha, que chegou ao poder por meio de um golpe em 2014 e foi legitimado por polêmicas eleições no ano passado.

Também reivindica a reforma da poderosa e rica monarquia, um assunto tabu no país há até poucos meses.

O rei Maha Vajiralongkorn não comentou diretamente sobre essas manifestações, mas declarou na televisão pública que a Tailândia "precisa de um povo que ame seu país, um povo que ame a instituição" que a monarquia representa.

Além das tensões políticas, a Tailândia também enfrenta uma grave crise econômica. Dependente do turismo e bloqueado pela pandemia do coronavírus, o país está mergulhado na recessão, com milhões de desempregados.

Desde a abolição da monarquia absoluta em 1932, o país registrou 12 golpes de Estado.