Jornal Estado de Minas

Líder opositor venezuelano Leopoldo López já está em Madri

O líder opositor venezuelano Leopoldo López chegou em Madri neste domingo (25) depois de sair de seu país onde esteve refugiado 18 meses na residência do embaixador espanhol, segundo informou seu pai.

"Sim, posso confirmar que está em Madri", disse à AFP emocionado Leopoldo López Gil, eurodeputado pelo Partido Popular (PP, direita).





O Ministério das Relações Exteriores espanhol confirmou a informação em um comunicado, afirmando que o líder opositor já se reuniu com a família residente em Madri: seu pai, a esposa Lilian Tintori e seus três filhos.

López Gil se negou a afirmar de qual país o emblemático líder opositor de 49 anos chegou. No dia anterior, ele apontou que, após abandonar a residência do embaixador espanhol em Caracas, saiu da Venezuela "clandestinamente" pela fronteira com a Colômbia.

Jornalistas da AFP de plantão durante toda a manhã na área de desembarque internacional no aeroporto de Madri/Barajas não conseguiram ver Leopoldo López, o que faz pensar que ele saiu pelo portão das autoridades, ao qual não há acesso.

López oferecerá posteriormente uma coletiva de imprensa, mas previsivelmente não será neste domingo, segundo uma fonte próxima da família.

- "Luta em qualquer espaço" -

"Venezuelanos, essa decisão não foi fácil, mas estejam certos que podem contar com este servidor para lutar em qualquer espaço", escreveu no Twitter o próprio López na noite de sábado.

López, carismático ex-prefeito do município de Chacao, foi sentenciado em 2015 a quase 14 anos de prisão, acusado de incitação à violência em protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos e cerca de 3.000 feridos entre fevereiro e maio de 2014.





Em 2017, recebeu prisão domiciliar e depois foi libertado por seus guardiões e participou de um fracassado levante de um grupo de militares contra Maduro em 30 de abril de 2019, apoiado pelo chefe parlamentar Juan Guaidó.

Após o fracasso do levante, López se refugiou na casa do embaixador da Espanha em Caracas, onde ficou como hóspede.

Juan Guaidó afirmou que, com a saída do país de seu mentor político, a "tática repressiva" de Maduro foi "ridicularizada".

"Maduro, você não controla nada. Contornado sua tática repressiva, conseguimos levar ao território internacional nosso Comissário para o Centro de Governo, Leopoldo López", tuitou Guaidó, reconhecido como presidente interino por cerca de cinquenta países.

O exílio de López ocorre faltando poucas semanas para as eleições parlamentares de 6 de dezembro, impulsionadas pelos aliados de Maduro mas boicoteadas por cerca de trinta partidos que as denunciam como uma "fraude" que não oferece garantias de transparência.

Além disso, ocorre depois que Maduro "indultou" em 1o de setembro cerca de cem opositores, vários deles colaboradores de Guaidó.

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