Jornal Estado de Minas

Furacão toca o solo no Caribe mexicano

O furacão Zeta, de categoria 1, entrou na segunda-feira no balneário de Tulum, com fortes ventos e chuvas intensas, na Península de Yucatán, coração do Caribe mexicano, atingida dias atrás pelo ciclone Delta.

"O centro do furacão Zeta tocou o solo às 22H00 do México (1H00 de Brasília), nas imediações da cidade Chemuyil, aproximadamente a 25 quilômetros do norte-nordeste de Tulum, Quintana Roo", informou a Comissão Nacional da Água (Conagua), em um comunicado.





O fenômeno se deslocava no sentido noroeste a 20 km/h, com ventos máximos sustentados de 130 km/h.

Embora as chuvas e os ventos mais fortes vão atingir a região centro-norte do estado, o impacto se estenderia por toda a região.

"Terá um impacto em praticamente todo o estado", disse o governador do estado de Quintana Roo, Carlos Joaquín, em vídeo postado nas redes sociais do governo.

A Conagua estima que as precipitações na região variem entre 150 e 250 mm, e os ventos, entre 120 e 150 km/h, com ondas entre 4 e 7 metros de altura.

O instituto prevê que a tempestade vá perder força à medida que avançar sobre a Península de Yucatán - onde se situam os populares balneários de Cancún, Riviera Maya e Tulum - esta noite e a manhã de terça-feira.

Mas posteriormente, ganhará força à medida que se deslocar sobre as águas do Golfo do México.

Zeta deve prosseguir a trajetória como furacão até a costa sudeste dos Estados Unidos na quinta-feira.

O estado de Quintana Roo, onde estão os balneários do Caribe mexicano, declarou alerta laranja e ordenou a suspensão das atividades de trabalho. Além disso, as autoridades pediram aos moradores e turistas que se refugiem em casa ou em seus hotéis. O transporte marítimo de carga e de passageiros foi suspenso no norte do estado.





O governo também habilitou vários abrigos para quem não se sentir seguro em casa.

- 'Melhor prevenir' -

Em Cancún, alguns banhistas desfrutavam das últimas horas de praia antes da chegada da tempestade.

Mayra Sánchez, estudante espanhola de 26 anos, disse estar despreocupada com o Zeta, ao afirmar que conhecidos seus lhe disseram que não ganharia força.

"Amigos meus me disseram que não é preciso se preocupar, temos que aproveitar cada instante deste lugar maravilhoso, embora não possamos entrar no mar", disse à AFP.

No centro da cidade, no entanto, os moradores compravam provisões, além de madeira e fita isolante para proteger as janelas. Nos postos de gasolina, carros faziam fila para abastecer.

"A gente se previne com o que dizem. É melhor prevenir porque daquela vez com o Wilma, sofremos muito sem água, sem luz, sem ter o que comer", contou Lucía Castro, mexicana residente há 19 anos em Cancún, lembrando do furacão que castigou o balneário em 2005.

Na madrugada de 7 de outubro, o furacão Delta tocou o solo perto de Cancún com categoria 2 (de 5) da escala Saffir-Simpson, sem deixar vítimas, apenas danos materiais.

A passagem de furacões e tempestades representa um novo golpe para estes balneários, que viram cair dramaticamente a chegada de visitantes pela pandemia de covid-19. O turismo representa mais de 8% do PIB do México.

A temporada de furacões 2020 no Atlântico registra recorde de atividade, visto que Zeta já é a 28ª tempestade. Esgotados os nomes previstos para estes fenômenos, os meteorologistas começaram a identificá-los com letras do alfabeto grego.





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