O furacão Zeta atingiu o sul dos Estados Unidos nesta quarta-feira (28), levando ventos de até 175 km/h e grandes ondas para a Louisiana, um estado atingido várias vezes durante a intensa temporada de tempestades.
Convertido em um furacão de categoria 2 (em uma escala de 5), o Zeta se fortaleceu e se moveu em direção a uma área remota perto da vila de Cocodrie, no sudeste da Louisiana, na tarde de quarta-feira. Esperava-se que o fenômeno varresse a cidade de Nova Orleans antes de ir para a costa do Mississippi.
O Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami, emitiu um alerta que incluía Nova Orleans e avisou que uma "tempestade com potencial mortal e ventos fortes são esperados em partes do norte da Costa do Golfo".
"Isto não é uma simulação", disse a prefeita de Nova Orleans, LaToya Cantrell, ao advertir que o furacão estava prestes a impactar a cidade.
Foi emitido um alerta de furacão que se estende da cidade de Morgan City, Louisiana, até a fronteira entre Mississippi e Alabama.
Além dos ventos e das chuvas fortes, o NHC também alertou sobre os perigos do aumento do nível do mar.
O presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, aprovou a declaração do estado de emergência para a Louisiana na terça-feira à noite, permitindo a liberação de recursos federais, anunciou a Casa Branca.
O Zeta atingiu a Louisiana a apenas seis dias das eleições presidenciais, mas não se esperava que seu andamento fosse afetado, já que a votação antecipada já terminou no estado.
- Proteção -
Quando as primeiras chuvas e ventos começaram, os residentes de Nova Orleans correram para se preparar, protegendo suas janelas, movendo veículos e barcos para áreas mais altas e, em alguns casos, empilhando sacos de areia como proteção contra possíveis inundações.
Esta é a quinta grande tempestade a atingir a Louisiana este ano. A região de Nova Orleans teve que ficar de guarda várias vezes, embora ainda não tenha sofrido um forte impacto.
Desta vez, no entanto, as autoridades locais pediram que a população ficasse atenta, especialmente devido ao risco de ventos perigosos e os danos e cortes de energia que podem seguir.
As inundações pareciam uma ameaça menor, mas as comportas da cidade foram fechadas e os operadores de bombas, que poderiam ter dificuldades em impedir que a água chegue às ruas, estavam preparados.
A tempestade deixou a bióloga Annie Quattlebaum e seus amigos de Denver, que visitavam Nova Orleans, presos na cidade, pois seu voo foi cancelado.
"Amigos que conhecem a área e o tempo nos disseram para ter comida e nossos telefones carregados", disse Quattlebaum, usando máscara. "Não vamos fazer nada estúpido. Só vamos nos proteger enquanto isso passa".
- "Pobres pessoas" -
Nas margens do Lago Catherine, no extremo nordeste da cidade, onde muitos moradores têm casas de fim de semana e pescadores trabalham, os barcos foram colocados no alto das estradas.
"Isso faz parte da vida aqui", afirmou Geoff Wallace enquanto o céu escurecia. "Essas pobres pessoas", lamentou ele sobre os proprietários dos barcos. "Tiveram que passar por isso quatro ou cinco vezes este ano. É exaustivo."
Nova Orleans ainda está traumatizada pelo furacão Katrina, que inundou 80% da cidade e deixou mais de 1.800 mortos 15 anos atrás. As defesas contra furacões melhoraram muito desde então, mas não foram realmente testadas na área urbana.
O furacão Zeta, que se formou sobre o mar do Caribe, chegou ao continente na noite de segunda-feira próximo a Ciudad Chemuyil, no estado mexicano de Quintano Roo. Sua passagem não fez nenhuma vítima, segundo o governador.
A temporada de furacões, que ainda não acabou, está particularmente intensa este ano. Como a lista de nomes previstos acabou, os meteorologistas começaram a identificá-los com o alfabeto grego.