O Partido Trabalhista, principal força de oposição no Reino Unido, violou, sob a liderança do esquerdista Jeremy Corbyn, a lei de igualdade com sua "imperdoável" gestão das denúncias de antissemitismo, afirmou um órgão de controle britânico nesta quinta-feira (29).
Um relatório da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, órgão público independente, encontrou casos em que a cúpula anterior do partido minimizou, subestimou ou ignorou as queixas de seus membros judeus e às vezes interferiu ativamente para proteger certas pessoas acusadas.
Em uma de suas primeiras ações ao substituir Corbyn em abril, o novo líder trabalhista, o centrista Keir Starmer, se desculpou diante da comunidade judaica britânica.
É um "dia de vergonha" para o partido, afirmou Starmer nesta quinta-feira após a publicação do relatório, prometendo aplicar todas as recomendações que surgirem desta investigação, realizada por dois anos.
"Nossa investigação destacou várias áreas em que a abordagem e a liderança (dos trabalhistas) para abordar o antissemitismo foi insuficiente", afirmou a presidente interina da Comissão, Caroline Waters, ao apresentar o relatório de 129 páginas.
"Isso é imperdoável e parece ser resultado de uma falta de vontade para abordar o antissemitismo em vez de uma incapacidade para fazê-lo", destacou.
A Comissão afirma que, com Corbyn, o Partido Trabalhista foi culpado por três infrações à Lei de Igualdade britânica de 2010 por interferência política nas denúncias, por não fornecer o treinamento adequado aos que administram os casos de antissemitismo e por intimidação aos denunciantes.
No entanto, não iniciou procedimentos legais, mas ordenou ao Partido Trabalhista que redija um plano de ação antes de 10 de dezembro para remediar suas decisões.