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ING: com novo lockdown, PIB do Reino Unido deve ter contração de 1,5%

As novas restrições à circulação de pessoas no Reino Unido devem custar de 6% a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) britânico em novembro, projeta o ING. Com isso, a previsão é de que a atividade econômica tenha contração de 1,5% no quarto trimestre, se o lockdown terminar em dezembro, ou de 2%, caso ele seja prolongado.

"Essa é uma retração muito forte. Dito isso, claramente não é um declínio tão acentuado como vimos no início da pandemia, quando durante março e abril vimos uma contração de 25%", explica, em relatório enviado a clientes.

Segundo o banco, a economia do país insular ainda estava, em setembro, cerca de 7% abaixo do nível verificado antes da emergência da covid-19. "Simplificando, o dano parece menos grave do que no bloqueio inicial, em parte porque há menos terreno a ser perdido. Acreditamos que o bloqueio de novembro colocará a economia de volta a cerca de 14-15% abaixo de seus níveis pré-vírus", estima.

A instituição acrescenta que o cenário deve forçar o Banco da Inglaterra (BoE) a tomar alguma ação na reunião de política monetária da próxima quinta-feira, embora juros negativos ainda não devam estar no radar. "Esperamos que os dirigentes anunciem uma extensão de ? 100 bilhões em seu programa de flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês), permitindo que as compras continuem no ritmo mensal atual até o início do verão do próximo ano", destaca.

Sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, o ING argumenta que os prospectos de um acordo comercial se tornaram mais prováveis nos últimos dias. "Sob o pano de fundo da quarentena, uma questão econômica fundamental a curto prazo será quais as disposições (ou ações unilaterais, especialmente da parte da UE) serão incluídas no acordo para ajudar a limitar a ruptura inicial para as empresas", conclui.

Contato: andre.marinho@estadao.com



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