Estamos há dias esperando para saber quem assumirá a presidência dos Estados Unidos em 2021, mas já é possível saber quem com certeza não será: o rapper Kanye West.
O músico de 43 anos, filiado ao seu partido Birthday Party (algo como "Partido" ou "Festa de aniversário", já que a palavra "party" em inglês remete a "festa" e também a "partido"), recebeu apenas 60 mil votos de um total estimado de 160 milhões.
Outra candidata independente — não filiada aos dois principais partidos, o Democrata e Republicano — teve um desempenho bem melhor: Jo Jorgensen teve estimados 1,5 milhão de votos.
Mas a carreira política de West pode não acabar aí. Esta semana, ele escreveu no Twitter: "Kanye 2024".
KANYE 2024 pic.twitter.com/Zm2pKcn12t
— ye (@kanyewest) November 4, 2020
Na sua primeira candidatura presidencial, West apareceu nas cédulas de 12 Estados — ficando de fora dos outros por ter perdido prazos de registro. A maioria dos seus votos veio do Tennessee (10.188 votos), um Estado que normalmente elege candidatos republicanos.
Quando anunciou sua candidatura em julho, o rapper disse que sua campanha se baseava em Wakanda, o reino fictício de Pantera Negra.
Acabar com a violência policial era uma prioridade, disse ele à revista Forbes, assim como retirar produtos químicos "de nossos desodorantes, pastas de dente". West afirmou que também pretendia proteger os Estados Unidos com nossas "grandes Forças Armadas".
E por que um partido batizado de "Birthday Party"?
"Porque quando ganharmos, será uma festa de aniversário de todos", explicou.
Críticas a 'desvio' de votos 'legítimos'
Mas a candidatura de West foi alvo de muitas críticas — e de manifestações de preocupação com sua saúde.
Em um comício em Charleston, Carolina do Sul, onde a campanha foi lançada, o rapper fez vários discursos desconcertantes. Ao falar sobre o aborto, ele começou a chorar, dizendo que seus pais quase o abortaram e que ele mesmo chegou a pensar em abortar sua filha.
No ano passado, o rapper revelou que tem transtorno bipolar e sua esposa, Kim Kardashian West, pediu nas redes sociais durante a campanha "compaixão e empatia" com West, cujas "palavras às vezes não se alinham com suas intenções".
As postagens dele no Twitter também receberam respostas críticas de que, na realidade, sua candidatura estava desviando votos de candidatos legítimos.
Jorgensen, por outro lado, tocou uma campanha independente mais convencional, fazendo comícios em todo o país e divulgando os princípios libertários — um governo enxuto e liberdade individual.
A professora de psicologia de 63 anos foi a primeira mulher libertária indicada para uma candidatura à presidência e teve a segunda maior votação de um candidato libertário na história, de acordo com a agência Associated Press.
"A base de votos do Partido Libertário continuará crescendo ", afirmou Jorgensen, professora da Universidade de Clemson, em um comunicado.
Este partido se formou nos Estados Unidos na década de 1970, mas nenhum de seus candidatos chegou à Casa Branca.
Atrás de Jorgensen, outro candidato independente, Howie Hawkins, do Partido Verde, recebeu 339 mil votos em todo o país.
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