O Conselho Constitucional da Costa do Marfim validou, nesta segunda-feira (9), a reeleição do presidente Alassane Ouattara, de 78 anos, para um criticado terceiro mandato.
"Alassane Ouattara foi proclamado vencedor no primeiro turno", com 94,27% dos votos, declarou o presidente do Conselho Constitucional, Mamadou Koné, que indicou que "nenhuma irregularidade grave" foi registada nas sessões eleitorais fiscalizadas.
A oposição boicotou as eleições realizadas em 31 de outubro e impediu a votação em cerca de 5.000 sessões eleitorais.
Koné garantiu que "não houve reclamação" e, como era de se esperar, o Conselho Constitucional não alterou nenhum dos resultados anunciados no dia 3 de novembro pela Comissão Eleitoral.
A taxa de participação foi de 53,9%.
Segundo o Conselho Constitucional, o candidato independente Kouadio Konan Bertin foi o segundo candidato mais votado, mas obteve apenas 1,99% dos votos.
Houve dois outros candidatos que receberam 1,6% e 0,9% dos votos.
A oposição anunciou a criação de um "Conselho Nacional de Transição" (CNT) após estas eleições, cujo resultado não reconhece.
Vários líderes da oposição foram presos e outros bloqueados em suas casas pelas forças de ordem.
Eleito em 2010 e reeleito em 2015, Alassane Ouattara anunciou em março que não se candidataria novamente, mas mudou de ideia em agosto, quando seu sucessor designado, o primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly, faleceu.
Na Costa do Marfim, a lei prevê apenas dois mandatos, mas o Conselho Constitucional estimou que, com a aprovação de uma nova Constituição em 2016, o contador teria de ser zerado, algo que a oposição rejeita.
Pelo menos 17 pessoas morreram nos violentos confrontos registados à margem destas eleições, aos quais se somam as trinta mortes em distúrbios e brigas entre diferentes comunidades desde agosto, quando Outtara anunciou a sua candidatura.
Nesta segunda-feira, confrontos entre moradores de comunidades rivais e com a polícia causaram a morte de seis pessoas e cerca de 40 feridos.
O medo de uma escalada de violência é grande neste país da África Ocidental, dez anos após a crise pós-eleitoral de 2010-2011 que deixou 3.000 mortos.