Jornal Estado de Minas

Dez líderes da oposição armênia detidos após distúrbios contra acordo em Nagorno Karabakh

Dez líderes da oposição armênia foram detidos nesta quinta-feira por suposto envolvimento em manifestações violentas contra a assinatura pela Armênia de um acordo que consagra a vitória do Azerbaijão na região separatista de Nagorno Karabakh.

Entre os detidos estão dirigentes dos partidos Armênia Próspera e Federação Revolucionária Armênia, do Partido Republicano e do Partido da Pátria. Eles são acusados de "organização ilegal de distúrbios de massa violentos", um crime que pode ser punido com 10 anos de prisão, de acordo com o serviço de investigação da Procuradoria.





Na madrugada de terça-feira, as sedes do governo e do Parlamento foram invadidas e parcialmente saqueadas. Na quarta-feira aconteceu uma manifestação, que não provocou distúrbios graves, e nesta quinta-feira está programado outro protesto.

As detenções aconteceram depois que expirou o ultimato (meia-noite local, 17H00 de Brasília de quarta-feira) apresentado pela oposição para a renúncia do primeiro-ministro, Nikol Pashinyan, por ter assinado um acordo de cessar-fogo com o Azerbaijão na segunda-feira na república autoproclamada de Nagorno Karabakh, com a mediação da Rússia.

De acordo com o texto, após seis semanas de guerra por esta região separatista e os distritos próximos, o Azerbaijão conserva os territórios reconquistados, que estavam sob controle armênio desde o início dos anos 1990.

Quase 2.000 soldados de manutenção da paz russos serão mobilizados para assegurar a aplicação do acordo em Nagorno Karabakh.

Pashinyan alega que assinou o acordo "doloroso" a pedido do exército e de líderes separatistas. Ele argumenta que se não tivesse aceitado o texto, a totalidade da região teria passado ao controle do Azerbaijão.

audima