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Estado de Minas

Newark, símbolo do ressurgimento da covid-19 no nordeste dos EUA


13/11/2020 13:01

Com uma taxa de casos positivos chegando a 19%, a cidade de Newark, às portas de Nova York, encarna o ressurgimento do coronavírus no nordeste dos Estados Unidos, região que até agora havia conseguido evitar a segunda onda que já atinge o restante do país e Europa há semanas.

As ruas de Ironbound - normalmente um dos bairros mais animados desta cidade de 280.000 habitantes, a mais populosa de Nova Jersey - estão quase vazias, enquanto a temperatura cai, e os casos de covid-19 sobem vertiginosamente.

"Desde que eles anunciaram, há duas semanas, que as taxas [de casos positivos] de Newark eram quase o dobro das do estado [de Nova Jersey], é uma cidade fantasma", lamenta Belinda Luis, coproprietária da academia Evolution Fitness.

Esta cidade, onde a população branca é muito minoritária e a renda domiciliar não atinge um quarto da média de Nova Jersey, registra mais de 200 novos casos de covid-19 por dia.

Apesar das críticas, o prefeito Ras Baraka decretou toque de recolher das 21h às 7h a partir desta quinta-feira, além do fechamento obrigatório do comércio não essencial às 20h, todas as noites, ativado no final de outubro.

"Não fazemos nem metade das coisas que fazíamos" na primavera (outono no Brasil), durante o primeiro pico da pandemia, disse Baraka em entrevista coletiva na quinta-feira.

"E, provavelmente, deveríamos estar fazendo isso, porque a propagação está no mesmo nível de então", completou.

"Ainda há pessoas que não querem usar máscara", lamenta Bola Ayuba, uma estudante da Rutgers University, instituição que tem um campus em Newark.

Embora Newark seja um caso extremo, toda Nova Jersey está sendo castigada nesta segunda onda, tão temida durante meses. Com uma das maiores densidades populacionais do país, o estado registrou 3.517 novos casos nas últimas 24 horas, mais de sete vezes o total informado há um mês.

O governador democrata Phil Murphy decretou, a partir de quinta-feira, o fechamento de restaurantes e bares em Nova Jersey às 22h.

Murphy reivindica, no entanto, uma abordagem gradual, julgando a situação como "diferente" da primeira onda: maior capacidade de teste e equipes de rastreamento que permitem uma estratégia mais concentrada, explicou ele na quinta-feira.

Trata-se de um caminho semelhante ao implementado no vizinho estado de Nova York, onde a taxa de infecção continua, por enquanto, controlada em 2,95%.

Lá, o governador Andrew Cuomo também anunciou o fechamento obrigatório de bares e restaurantes a partir de sexta-feira às 22h, bem como a proibição de reuniões de mais de dez pessoas.

Ontem, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, referiu-se à possibilidade de fechar as escolas, se a taxa de casos positivos chegar a 3% (agora é de 2,60%).

- Fadiga da covid -

Depois de resistir de forma eficaz à segunda onda sofrida em muitas regiões do país, o nordeste dos Estados Unidos está agora em alerta, da Pensilvânia ao Maine.

"A covid-19 está se instalando", constata Ras Baraka.

O anúncio da possível chegada de uma vacina também gerou expectativas.

O governador Phil Murphy vê se aproximar, com temor, a celebração do Dia de Ação de Graças, em 26 de novembro, uma época tradicional para se reunir com a família nos Estados Unidos - mais ainda do que no Natal.

Com qualquer reunião para além dos membros da mesma família, "eles correm o risco de transformar sua mesa em um abrigo de covid", alertou Murphy na quinta-feira.

Em Ironbound, um bairro de grande população brasileira e latina, muitos se preocupam com as liberdades que alguns residentes de Newark continuam tendo em relação ao protocolo de saúde.

"Durante todo esse tempo, os restaurantes brasileiros continuaram fazendo festas, discretamente, no jardim das instalações, criaram bunkers", relata Belinda Luis, que além da academia também dirige um restaurante.

E agora que Newark está em um regime mais rígido do que o restante do estado, "as pessoas vão às discotecas (nas cidades próximas), voltam com o vírus, e é Newark que paga o preço", reclama.

"Se isso não diminuir [a taxa de contágios], eles vão acabar fechando tudo de novo", lamenta Luis, cuja academia ficou sem atividade de março a meados de agosto.

"Está destruindo a comunidade", lamenta.


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