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Estado de Minas

Macron critica cobertura dos atentados islamitas na França pela imprensa de língua inglesa


16/11/2020 06:37

O presidente Emmanuel Macron criticou no jornal New York Times a cobertura de vários meios de comunicação de língua inglesa dos recentes islamitas na França, acusando parte da imprensa de "legitimar" a violência por sua falta de compreensão do contexto francês.

"Quando a França foi atacada há cinco anos, todas as nações do mundo nos apoiaram", destaca Macron, citado em uma coluna publicada no domingo à noite no site do New York Times.

"E quando vejo, neste contexto, muitos jornais que penso que são de países que compartilham nossos valores, (...) quando os vejo legitimando esta violência, e dizendo que o cerne do problema é que a França é racista e islamofóbica, eu digo: os fundamentos estão perdidos", completou o presidente francês.

No artigo, o repórter Ben Smith afirma que Macron ligou para ele para reclamar que os meios de comunicação de língua inglesa, e em particular os dos Estados Unidos, buscam "impor seus próprios valores em uma sociedade diferente". Ele criticou, segundo o jornalista, que parte da imprensa não compreende "a laicidade francesa, uma separação ativa da Igreja e do Estado que data do início do século XX".

A França sofreu três atentados jihadistas nas últimas semanas: um ataque com arma branca no fim de setembro que deixou dois feridos perto da antiga redação da revista Charlie Hebdo, a decapitação em 16 de outubro de Samuel Paty, um professor de História e Geografia que mostrou a seus alunos charges de Maomé publicadas pelo semanário satírico, e um ataque com faca que deixou três mortos no fim de outubro em uma basílica de Nice.

Depois do assassinato de Paty, Macron expressou apoio à liberdade de expressão, em particular a de publicar caricaturas, e seu governo iniciou uma série de procedimentos legais e administrativos contra as associações muçulmanas francesas suspeitas de complacência com o islamismo radical.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o presidente francês de defender a blasfêmia contra o Islã e pediu a seus compatriotas que boicotem os produtos franceses.


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