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Estado de Minas Escândalo

Cerca de 90 mil pessoas relatam abusos sexuais sofridos por escoteiros nos EUA

Cinco mil voluntários adultos da Boy Scouts, para serem líderes de escoteiros, são suspeitos de cometer abusos sexuais contra as crianças de quem cuidavam


16/11/2020 23:55 - atualizado 17/11/2020 09:44

Os números revelam a magnitude dos supostos abusos cometidos ao longo de décadas por membros da organização(foto: Reprodução Facebook)
Os números revelam a magnitude dos supostos abusos cometidos ao longo de décadas por membros da organização (foto: Reprodução Facebook)

 

Cerca de 90 mil pessoas entraram com denúncias de abusos sexuais sofridos por escoteiros dos Estados Unidos, até essa segunda-feira, prazo para se beneficiarem de um fundo de indenização criado pela organização juvenil. "Foram apresentadas 88.000 denúncias", informou Michael Pfau, advogado de várias das vítimas.


Os números revelam a magnitude dos supostos abusos cometidos ao longo de décadas por membros da organização. "Estamos chocados com o número de vidas que sofreram abusos no passado entre os escoteiros e estamos movidos pela coragem daqueles que saíram do silêncio", disse a organização dos Escoteiros da América (Boy Scouts) em um comunicado, sem confirmar os números.


"Abrimos voluntariamente um processo de fácil acesso para ajudar as vítimas a solicitarem a indenização. A resposta foi comovente. Lamentamos profundamente", acrescentou a organização, fundada em 1910 e que tem cerca de 2,2 milhões de membros entre cinco e 21 anos.


Atingida financeiramente por alegações de abuso sexual, a organização entrou com pedido de falência em fevereiro com o objetivo de impedir todos os processos movidos por ex-escoteiros no tribunal e encaminhá-los para um fundo de indenização. A Boy Scouts, que estima seus ativos em mais de 1 bilhão de dólares, não informou quanto pretende gastar com o fundo.


 

Depois de anos de silêncio, as revelações sobre a organização norte-americana vieram à tona pela primeira vez em 2012, quando o Los Angeles Times publicou milhares de documentos internos demonstrando décadas de abuso sexual.

 

Esses documentos, que a imprensa chamou de "arquivos de perversão", formaram um banco de dados com os nomes de cerca de 5.000 voluntários adultos para serem líderes de escoteiros e suspeitos de cometer abusos sexuais contra as crianças de quem cuidavam.


A maioria deles nunca havia sido denunciada às autoridades e a organização se limitou a expulsá-los.

Desde então, as ações legais se multiplicaram contra a Boy Scouts, principalmente após a extensão em vários estados dos prazos para denunciar agressões cometidas por pedófilos.


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