Dirigentes do Partido Trabalhista britânico decidiram nesta terça-feira (17) reintegrar seu líder, Jeremy Corbyn, no partido opositor, do qual foi suspenso após um polêmico relatório sobre o antissemitismo em suas fileiras, segundo a imprensa britânica.
"Estou feliz por ter sido reintegrado no seio do Partido Trabalhista", reagiu Corbyn no Twitter, convocando a formação a "se unir agora para se opor e vencer o governo conservador, profundamente nocivo".
Acusado durante anos de acobertar posturas antissemitas de alguns de seus membros, o Partido Trabalhista foi alvo de uma investigação independente, que denunciou no fim de outubro decisões "indesculpáveis" derivadas de uma "falta de vontade para fazer frente ao antissemitismo" sob a liderança de Corbyn.
Jeremy Corbyn, de 71 anos e membro da ala mais à esquerda do partido, foi suspenso por questionar algumas destas conclusões e acusar especialmente os críticos internos e a mídia de exagerar sobre o antissemitismo existente sob sua gestão (2015-2020).
Esta decisão foi revogada pelo Comitê Nacional Executivo (NEC), a instância dirigente do partido, segundo vários meios de comunicação. A AFP não pôde contactar o partido até o momento.
Antes da reunião do NEC, Corbyn publicou um comunicado para relativar suas declarações, assegurando que "as preocupações sobre o antissemitismo não são 'exageradas'".
"O que quis dizer é que a grande maioria dos membros do Labour (Partido Trabalhista) eram e continuam sendo antirracistas comprometidos, profundamente contrários ao antissemitismo", acrescentou, lamentando "o mal que este problema causou à comunidade judaica".
A reintegração foi mal recebida pelo grupo "trabalhista, contra o antissemitismo", que denunciou em um comunicado "interferências políticas sem transparência" no procedimento disciplinar.