Jornal Estado de Minas

Prefeito de Nova York promete multa milionária a judeus por casamento multitudinário

As imagens são chocantes: milhares de pessoas dançam e cantam lado a lado em um casamento secreto de judeus ultraortodoxos realizado recentemente em Nova York.

O prefeito da cidade, Bill de Blasio, anunciou nesta terça-feira (24) que irá multar com 15 mil dólares a sinagoga por desafiar as restrições impostas para limitar a disseminação do novo coronavírus.





O casamento do neto de um grande rabino ocorreu em 8 de novembro em uma sinagoga do Brooklyn com capacidade para cerca de 7.000 pessoas, noticiou o New York Post.

Imagens obtidas pelo jornal mostram o templo quase lotado, com milhares cantando e dançando sem máscara. "O que sabemos inquestionavelmente é que era gente demais. Seja qual for o número, se fossem centenas, milhares, era gente demais", disse de Blasio nesta terça em entrevista coletiva.

O prefeito de Nova York, onde cerca de 25.000 pessoas morreram de coronavírus, disse que houve "um esforço muito consciente para esconder" o casamento, "o que o torna ainda mais inaceitável".

A multa de 15 mil dólares "é muito séria", estimou.

De Blasio ameaçou fechar a sinagoga permanentemente se a "atividade inadequada" continuar.

O governador Andrew Cuomo disse que o casamento foi "um flagrante desrespeito à lei". "É ilegal. Também foi um desrespeito ao povo de Nova York", disse ele no domingo.





A festa no templo Yetev Lev em South Williamsburg, Brooklyn, celebrou o casamento de um neto do rabino Aaron Teitelbaum da dinastia hassídica Satmar , de acordo com o Post.

No mês passado, outro casamento com milhares de convidados de um grupo rival de Satmar, para celebrar as núpcias de um neto do rabino Zalman Teitelbaum - irmão e inimigo de Aaron, segundo o Post - foi interceptado pelas autoridades no último minuto.

Parte da comunidade ultraortodoxa no estado de Nova York rejeita o uso de máscaras e o distanciamento social, e as autoridades enfrentam dificuldades para fazê-los obedecer às regras.

Em outubro, vários bairros judeus ultraortodoxos foram colocados em alerta pelo governador enquanto o índice de infecção aumentava.

Cuomo decretou o fechamento de negócios não essenciais e limitou o número máximo de pessoas que frequentam templos religiosos em até 10 pessoas, gerando protestos, às vezes violentos, da comunidade.

Os casos de coronavírus estão aumentando em Nova York, que tem uma taxa de novos testes positivos em torno de 3,1%, embora agora o maior foco de infecção não seja mais no Brooklyn, mas em Staten Island.

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